domingo, 15 de outubro de 2017

NANÃ BURUQUE

A mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à
lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. O único
Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por ser o dono dos
metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da
morte. Seu símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira
com a ponta curvada e enfeitado com búzios.

Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo
no seu elemento, uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.


Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus.
Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o
que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo portanto
também sua criação simultânea a da criação do mundo.


1. Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
2. O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
3. O Movimento adquire Estrutura.
4. Movimento e Estrutura surgiu a criação, O Homem.


Portanto, para alguns, Nanã é a Divindade Suprema que junto com
Zambi fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro,
que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra,
e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca.


Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora
perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores
poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente
ressentido.

Orixá que também rege a Justiça, Nanã não tolera traição,
indiscrição, nem roubo. Por ser Orixá muito discreto e gostar de se
esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente diferente do
dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa
aparente filha de Oxum seria uma filha de Nanã "escondida".


Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem
reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo
real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o
acesso a esse território do desconhecido.


A senhora do reino da morte é, como elemento, a terra fofa, que
recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre,
da vida intra-uterina.


É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos
praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo.


Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela
entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer
novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a
nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino -
e a responsável por esse período é justamente Nanã.


Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé,
como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma
brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso
está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por
Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério
e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem
a invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o
mundo.


Nanã forma par com Obaluaiê. E enquanto ela atua na decantação
emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na
passagem do plano espiritual para o material (encarnação), o envolve
em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao tamanho do
feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao
qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação.


Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso
amado pai Obaluaiê, que é o "Senhor das Passagens" de um plano para
outro.


Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em
uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim
como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne,
onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã
é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se
esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.


Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos
seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos
do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para
toda uma encarnação.


Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio
desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está
Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando
tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.


Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas
idosas, padroeira da família, tem o domínio sobre as enchentes, as
chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas.


Quando dança no Candomblé, ela faz com os braços como se
estivesse embalando uma criança. Sua festa é realizada próximo do dia
de Santana, e a cerimônia se chama Dança dos Pratos.


Origem:

Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado
há séculos pela mitologia iorubá, quando o povo Nagô conquistou o povo
do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e
incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já
estabelecida.


Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito Iorubá ou Nagô)
continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente
Iorubá) é a mãe de seus filhos (Nagô) e Nanã (mito Jeje) assume a
figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a
paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é
original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá
obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os
Nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à
descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a
colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores
ao encontro de Oxalá e Iemanjá.


CARACTERÍSTICAS:

Cor:
Roxa ou Lilás (Em algumas casas: branco e o azul).

Fio de Contas:
Contas, firmas e miçangas de cristal lilás.

Ervas:
Manjericão Roxo, Colônia, Ipê Roxo, Folha da Quaresma, Erva de
Passarinho, Dama da Noite, Canela de velho, Salsa da Praia, Manacá.
(Em algumas casas: assa peixe, cipreste, erva macaé, dália vermelho
escura, folha de berinjela, folha de limoeiro, manacá, rosa vermelho
escura, tradescância).

Símbolo:
Chuva.

Pontos da Natureza:
Lagos, águas profundas, lama, cemitérios, pântanos.

Flores:
Todas as flores roxas.

Essências:
Lírio, Orquídea, limão, narciso, dália.

Pedras:
Ametista, cacoxenita, tanzanita.

Metal:
Latão ou Níquel.

Saúde:
Dor de cabeça e Problemas Intestino.

Planeta:
Lua e Mercúrio.

Dia da Semana:
Sábado (Em algumas casas: Segunda).

Elemento:
Água.

Chakra:
Frontal e Cervical.

Saudação:
Saluba Nanã.

Bebida:
Champanhe.

Animais:
Cabra, Galinha ou Pata. (Brancas).

Comidas:
Feijão Preto com Purê de Batata doce. Aberum. Mungunzá.

Numero:
13.

Data Comemorativa:
26 de julho.

Sincretismo:
Nossa Senhora Santana.

Incompatibilidades:
Lâminas, multidões..

Qualidades:
Ologbo, Borokun, Biodun, Asainán, Elegbe, Susure


ATRIBUIÇÕES:

A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de
atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e
preparando-os para uma nova "vida", já mais equilibrada.



AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE NANÃ:

Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça, pode levar em
conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em
excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza,
preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os
outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais
pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes
dramas. Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria
existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo
para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de
seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando
realizar as vontades e necessidades dos outros.


Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não
obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que
não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que
nem todos pensem da mesma forma que ela.


Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões,
mantém-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.


Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um
pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a
volta de situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem
um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles
que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova
moralidade, etc.


Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente em
alguns casos, aparentando mais idade do que realmente têm, com exceção as que tenham também Oxum ou Iansã na coroa.


Os filhos de Nanã são calmos e benevolentes, agindo sempre com
dignidade e gentileza. São pessoas lentas no exercício de seus
afazeres, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse durar
uma eternidade. Muito afeiçoadas às crianças, educam-nas com ternura e
excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a
indulgência das avós. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de
suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça,
com segurança e majestade.


O tipo psicológico dos filhos de NANÃ à introvertido e calmo. Seu
temperamento é severo e austero. Rabugento, é mais temido do que
amado. Pouco feminina, não tem maiores atrativos e à muito afastada da
sexualidade. Por medo de amar e de ser abandonada e sofrer, ela dedica
sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.


COZINHA RITUALÍSTICA:

Canjica branca:

Canjica branca cozida, leite de coco. Colocar a canjica em tigela de
louça branca, despejando mel por cima, e uvas brancas, se desejar.

Berinjela com inhame:

Berinjela aferventada e cortada verticalmente em 4 partes; Inhames
cozidos em água pura, com casca, e cortados em rodelas.; Arrumados em
um alguidar vidrado, regado com mel.

Sarapatel:

Lava-se miúdos de porco com água e limão. Corta-se em pedaços pequenos e tempera-se com coentro, louro, pimenta do reino, cravos da índia, caldo de limão e sal. Cozinha-se tudo no fogo. Quando tudo estiver
macio, junta-se sangue de porco e ferve-se. Sirve-se, acompanhado de
farinha de mandioca torrada ou arroz branco.

Paçoca de amendoim:

Amendoins torrados e moídos misturados com farinha de mandioca crua,
açúcar e uma pitada de sal.

Efó:

Ferve-se 1 maço bem grande de língua de vaca, espinafre ou beterraba.
Depois amassar até virar um purê; Passa-se por uma peneira e espalhe a
massa para evaporar toda a água; Depois de seca, coloca-se numa
panela, junto com azeite de dendê, camarões secos, pimenta do reino,
cebola, alho e sal. Cozinha-se com a panela tampada e em fogo baixo; É
servido com arroz branco.

Aberum:

Milho torrado e pilado.

Obs. Nanã também recebe:Calda de ameixa ou de figo; melancia, uva,
figo, ameixa e melão, tudo depositado à beira de um lago ou mangue.



LENDAS DE NANÃ.

Como Nanã Ajudou na Criação do Homem:

Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e
modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o
homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.


Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a
tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite,
água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu
socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava
ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou
no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixá
povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.


Nanã é a Senhora dos segredos, dos mistérios, do mundo oculto da magia
e das esferas subterrâneas do Planeta.


Nanã é mãe dos Orixás. Está na terra e na cachoeira e está no mar. Eu
vou pedir à boa Nanã que abençoe os filhos seus.


Nanã Orixá da sabedoria, conselheira e encaminhadora de espíritos.
Saluba a vovó!


Nanã simboliza a maturidade, a ciência e a razão, é uma mãe divina,
atua no trono da evolução. Proteção a todos nós minha Senhora!


Nanã, dainos vossa proteção! Valeinos avó de Aruanda, valeinos com sua
benção, com sua estrela bendita, livrainos das horas aflitas.


Sua Benção nobre senhora dos Orixás.

Saluba Nanã Buruquê!!!



 ORAÇÃO NANÃ BURUQUÊ.


A minha mãe Nanã, eu peço a benção e proteção para todos os passos de
minha vida. A minha mãe Nanã, eu peço que abençoe o meu coração, minha cabeça, meu espírito e corpo. Que aos poderes dados somente à Senhora das Senhoras, sejam caridosos e benevolentes, e me escondam de meus inimigos ocultos e poderosos. Minha querida Mãe e Senhora, tenha piedade de meu coração. Minha querida Mãe e Senhora, faça com que eu seja puro de coração para merecer a sua proteção e caridade. À minha mãe Nanã, eu lhe devoto minha fé e minhas palavras.

Saluba Nanã Buruquê!!




 Oração a Nanã Buruquê.

Saluba, Senhora dos Pântanos. Rainha das profundezas, mãe de tudo que
é ancestral. Nós, que carinhosamente a chamamos de vovó, pedimos sua
bênção e proteção. Eu venho particularmente pedir-lhe (faça o pedido).
Que a Senhora dê a mim o que for do meu merecimento. Acima de tudo
Proteja-me! Dê-me a consciência de que eu sou a continuação de tudo o
que já existe, de que eu tenho a força dos meus ancestrais e por isso
vencerei. Não deixe mãe e avó, que o mal e as pragas cheguem até mim.
Pelo seu Santo nome, Senhora de Santana, que assim seja!


Oração a Nanã Buruquê.

Que a sabedoria de Nanã nos dê outra perspectiva de vida, mostrando
que cada nova existência que temos, seja aqui na terra ou em outros
mundos, gera a bagagem que nos dá meios para atingir a evolução, e não
uma forma de punição sem fim como julgam os insensatos.
Saluba, Nanã!


 

sábado, 14 de outubro de 2017

OS FALANGEIROS DE IEMANJÁ

    Novamente vamos falar de Falangeiros, sendo que dessa vez será a
sobre os Falangeiros da Orixá Iemanjá, a nossa amada rainha do mar, a
senhora dos peixes, a deusa das águas salgadas, mãe ou madrinha de
todas as coroas.

    E não podemos esquecer que os Falangeiros são Entidades que estão
somente abaixo do Orixá. Eles comandam as legiões de Entidades e
Espíritos que se afinizam na vibração do Orixá que os governa.


    Os Falangeiros dessa Orixá linda, nossa mãe Iemanjá, vem
relacionados da seguinte maneira:

Acurá, Assessu, Ataramogba, Awoió, Aynu, Conlá, Iamassê, Iemowo, Iewa, Inaiê, Iyaku, Kayala, Maialeuó, Marabô, Masemale, Ogunté assabá,
Olossa, Sobá, Susure, Tuman.


    Esses Falangeiros vem em irradiação com Iemanjá, e vibração e
fundamento com os seguintes Orixás:


Iyá Acurá: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento da
Orixá Nanã Buruquê.

Iyá Assessu: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Ogum, Oxum e Iansã.

Iyá Ataramogba: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento
dos Orixás Omulú, Oxumaré e a linha dos Exús.

Iyá Awoió: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Oxalá, Oxumaré e Xangô.

Iyá Aynu: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Omulú e Nanã Buruquê.

Iyá Conlá: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Iansã, Xangô e Oxalá.

Iyá Iamassê: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento do
Orixá Xangô.

Iyá Iemowo: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento do
Orixá Oxalá na forma idosa (Oxalufã).

Iyá Iewa: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Oxum, Iansã ee Ewa.

Iyá Inaiê: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Ibeiji, Ossãe e Oxalá na forma jovem (Oxaguiã).

Iyá Iyaku: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento da
Orixá Nanã Buruquê.

Iyá Kayala: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento da
Orixá Iansã (Oiá).

Iyá Maialeuó: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento
dos Orixás Oxossi (Odé) e Oxalá.

Iyá Marabô: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento com
toda linha de Exú.

Iyá Masemale: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento
dos Orixás Xangô e Iansã (Oiá).

Iyá Ogunté assabá: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e
fundamento dos Orixás Ogum e Oxalá na forma jovem (Oxaguiã).

Iyá Olossa: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Oxum e Nanã Buruquê.

Iyá Sobá: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Xangô (Airá), Obaluaiê e Oxalá.

Iyá Susure: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Obaluaiê e Ogum.

Iyá Tuman: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos
Orixás Logum Edé, Oxumaré, Obá e Irôko.



    Falaremos resumidamente sobre as características e formas de cada
um desses Falangeiros de Iemanjá, para entendermos como se apresentam no trabalho em prol da caridade em terreiros e roças.

    Mas antes de falarmos dos Falangeiros de Iemanjá, frisarei alguns
apetrechos que alguns desses Falangeiros usam para facilitar o
entendimento na leitura.

Abebé: Leque metálico circular, que contém guizos, que é utilizado
tanto por Iemanjá quanto por Oxum como instrumento musical e ao mesmo tempo como insígnia.

alfanje: sabre curvo, um tanto curto e de lâmina larga.


Iyá Acurá: Também chamada de Iyá Akura. Falangeira de forma e
característica idosa. Deusa das espumas do mar que são feitas com o
bater das ondas. Dizem que ela aparece coberta de lodo e de algas
marinhas, que cobrem todo seu corpo.

    Tem como finalidade levar ensinamentos aos filhos rebeldes. Tem em
cada gesto e palavra a colocação de uma protetora, mas radical
demonstrando que não gosta de ser contrariada, uma verdadeira avó
orientando seus netos.

    Sem vaidade aparente, ela vem com uma roupagem na cor branco
aperolado com detalhes em lilás. Traz nas mãos o Abebé, na qual faz
questão de demonstrar em sua dança pesada, lenta, mas encantadora.

    Quem desejar fazer seus pedidos de proteção a Iyá Akurá, pode ser
feito a beira mar, pois as respostas serão dadas a cada onda que vem
de uma forma branda revelando sua espuma. Portanto se caso desejar ter
essa proteção, e não tem em um terreiro ou roça a vibração dessa
Falangeira, o mar será seu encontro com ela.

Iyá Assessu: De característica e forma jovial e guerreira, essa
Falangeira tem uma expressão de grande seriedade, pouco sorriso e
demonstração de que está sempre preparada para vencer uma mazela.

    Sua dança vem composta de passos rápidos, fortes como de um
guerreiro em batalha. Traz nas mãos uma espada longa em algumas vezes, e em outras traz um alfanje, que usa como se atacasse os espíritos do mal, defendendo seus filhos e protegidos.

    Como uma Falangeira soberana, tem um modo de atendimento
diferenciado, seu olhar profundo e fixo, muitas vezes dando a
sensação de que está olhando diretamente dentro de nossa Alma.

    Sua roupagem vem nas cores branco, vermelho, amarelo muitas vezes
raiados de azul anil.

Iyá Ataramogba: Falangeira de característica e forma idosa, tem uma
grande ligação com a linha da esquerda de cada um de nós. Tem como
fundamento principal a proteção de seus filhos e consulentes nos
caminhos tortuosos da vida.

    Sua chegada a terreiros e roças vem de uma forma muito lenta,
pesada, praticamente curvada de fronte ao chão. Normalmente chega de
olhos fechados, e a lenda diz que seria assim pois Iyá Ataramogba não
deseja fixar seu olhar na falsidade e hipocrisia humana.

    Sua roupagem vem na cor preto, podendo ter faixas ou babados em
verde e amarelo, e em algumas vezes vermelho. Traz nas mãos dois
alfanjes, e com eles faz a limpeza de seu caminho.

Iyá Awoió: Dizem que é a mais velha Falangeira de Iemanjá. Suas
características e formas muito idosa já demonstram isso. Seu olhar
fadigado, corpo curvado, passos lentos, fala pesada logo demonstram
que essa Falangeira tem muita experiência no que se diz tempo.

    É chamada de deusa das marés, e é ela que controla essa parte do
oceano. Ela que determina a subida e a descida das marés.

    Também pode ser conhecida como Iyemoyo, Yá Ori, Iemowo ou Yemuo,
mas independente da nomenclatura é a mesma Falangeira.

    Dizem que seu maior trabalho de caridade é curar problemas de
cabeça. Quando o filho assume esse problema, essa Falangeira o cura
como se nunca estivesse esse Ori tomado por males.

    Sua roupagem vem nas cores branco e cristal, em muitos casos vem
raiados de marrom, verde e amarelo. Traz sempre nas mãos o abebé, no
qual dança lindamente.

Iyá Aynu: Falangeira de característica idosa, muito severa e radical.
Tem como determinação de trabalho afastar os espíritos sem luz dos
terreiros e roças.

    Seu lema é o trabalho ético, portanto nunca deverá ser comentado
intenções de prejudicar um semelhante com essa Falangeira, pois
trazendo nessa descrição um jargão antigo para demonstrar a
importância do que foi dito acima, poderá assim "o feitiço virar
contra o feiticeiro". Portanto não se deve arriscar uma má intenção.

    Suas forças vem da junção da Calunga Grande (mar) com a Calunga
Pequena (cemitério), sendo assim, essa Falangeira tem um poder
extraordinário.

    Sua chegada em terreiros e roças se dá em uma dança lenta, serena,
na qual por muitas vezes abre os braços balançando o seu abebé, que
traz na mão, para afugentar os maus espíritos.

    Sua roupagem vem nas cores branco e preto, tendo em alguns
detalhes o lilás e o azul claro.

Iyá Conlá: Essa Falangeira tem características de jovem a adulta, tem
a forças do céu, dos ventos, das pedreiras e do mar. Com essa junção
é uma das mais fortes e poderosas Falangeiras que lutam pelos
trabalhos de caridade em terreiros e roças.

    Seus consulentes e filhos são analisados minuciosamente, a cada
palavra e gesto durante uma consulta e verificado por essa
Falangeira. Isso para não deixar escapar nenhuma intenção escondida.

    O buscar do raciocino e da inteligência também é muito cobrado por
essa Falangeira a seus filhos, não admitindo que esses filhos sigam
fora de uma reta imaginária traçada pela força maior, ou seja, a Orixá
Iemanjá traça um caminho a seu filho, e a Falangeira Iyá Conlá faz com
que esse filho ande nesse caminho.

    Sua chegada em terreiros e roças é muito chamativa, sua dança
deslumbrante, seus gestos e passos leves, parecendo andar sobre o ar,
sua força no rodopiar, como os fortes ventos, fazem dessa Falangeira
uma das grandes sensações em começos e findar de Giras.

    Sua roupagem vem nas cores branco e azul marinho, traz nas mãos um
abebé, que sempre o agita em suas danças de chegada, e um alfanje,
que demonstra estar sempre pronta para as batalhas.

    Muitas lendas dizem que é essa Falangeira a moradora dos mais
profundos mares, e é ela que reina, domina e ordena todos os
acontecimentos das profundezas.

Iyá Iamassê: De formas e características adulta. Tem o dom da
inteligência e da justiça. Nunca julga um fato se não tiver toda a
certeza do universo.

    Sua chegada em terreiros e roças vem de uma forma serena, séria e
observadora, fazendo assim com que seus consulentes busquem o
refletir antes da consulta.

    Conhecida também com os nomes Yá Loxá ou Iyá Masemale, essa
Falangeira tem seu domínio nas águas do mar que se quebram nas pedras.
Dizem que a cada quebrada do mar nas pedras é um espírito sem luz que
é afastado dos filhos dessa Falangeira.

    Sua roupagem vem nas cores branco aperolado e marrom. Traz nas
mãos o alfanje e o abebé. Em alguns casos já foi relatado que essa
Falangeira chegou no terreiro com um machado e um chocalho de Xangô
nas mãos, contudo é determinado que esse tipo de comportamento vem de médiuns não preparados, e devida a essa colocação isso é apenas
mistificação, pois essa Falangeira vem apenas com o alfanje e o abebé.

Iyá Iemowo: Também conhecida como Iyemoy, é uma Falangeira de
característica e forma idosa, tem como finalidade trazer e manter a
paz entre as pessoas e a casa de trabalho.

    Tem uma ligação extrema com Oxalufã, que é Oxalá na forma idosa, e
dizem que Iyá Iemowo segue sempre os passos desse Orixá, a cada
pegada deixada por Oxalufã, ali estaria também uma pegada dessa
Falangeira.

    Sua roupagem vem nas cores branco e rosa, com alguns possíveis
bordados em azul. Traz nas mãos o abebé, e com ele faz sua dança na
chegada a terreiros e roças. Sendo uma dança lenta ao extremo,
demonstrando a sua condição idosa.

    A lenda diz que essa Falangeira mora nas profundezas do mar, não
aprecia a luz, suportando somente a luz de velas. Portanto,
normalmente quando chega a uma casa, são apagadas todas as luzes,
ficando apenas as luzes das chamas das velas.

Iyá Iewa: Falangeira de característica jovial, lutadora, guerreira.
Tem o dom da sedução, do encantamento, e que usa esses dons para
trazer para a luz espíritos perdidos na escuridão.

    Essa Falangeira não admite que um filho, principalmente as
filhas, sofram por qualquer motivo.

    Seus trabalhos em terreiros e roças tem como finalidade levar a
vitória a todos que a procuram em busca de ajuda.

    Gosta de saber que seus consulentes tem laços familiares fortes, e
dentre essas famílias não deverá ter mazelas de espécie alguma.

    Ao chegar em terreiros e roças, vem com passos leves como o vento,
num bailar como o da cachoeira que joga suas águas nos rios, mostrando
toda a sua sedução.

    Protetora das virgens, mas por outro lado e a deusa da
fecundidade. Muitas vezes é reverenciada como a rainha dos horizontes
ou a senhora de tudo que não foi explorado.

    Sua roupagem vem do vermelho vivo com algumas bordas em azul anil,
raiados de amarelo ouro. Traz nas mãos o abebé e o alfanje, e em
alguns casos raros pode trazer também um arpão.

Iyá Inaiê: Essa Falangeira é considerada a mais jovens de todas, suas
formas e características são infantilizadas para jovial, fazendo assim
que seja vista, ou muitas vezes apenas como uma criança, em outras
vezes uma pequena jovem.

    Protetora da infância, senhora das águas rasas, dona das estrelas
do mar, conchas e cavalos marinhos. Essa Falangeira vem sempre com seu ar infantil trazendo paz e felicidade a todos seus consulentes.

    Seu trabalho consiste na proteção das crianças e jovens, atuando
na área da saúde de cada um desses pequenos.

    Sua chegada em terreiros e roças é sempre muito divertido, sua
dança descompassada, giros, pulos, sorrisos fazem muito bem ao
espírito de seus consulentes. Traz no olhar a esperança de dias
melhores, espalhando a alegria em torno de todos.

    Sua roupagem vem nas cores branco, azul, rosa e verde bem clarinho,
pode ter alguns detalhes de prateado nas bordas. Traz nas mãos o
abebé, mas diferente dos outros Falangeiros, brinca mais com o
artefato que o usa como apetrecho.

Iyá Iyaku: Mesma descrição de Iyá Acurá, sendo tão idênticas que por
muitas vezes são confundidas entre si. Tanto suas formas e
características, sua forma de trabalho, suas roupagens, enfim,
praticamente a mesma colocação, podendo ser apenas diferenciadas por
um ou outro passo na dança de chegada em terreiros e roças.

Iyá Kayala: Também chamado de Iyá Mikaiá ou Kaiá, é uma Falangeira de
característica e formas jovem e guerreira. Sua presença se faz muito
mais constante nos ritos de Angola, fazendo assim que raramente se
apresente em outros tipos de dogmas.

    Dentro dos ritos de Angola, tem como finalidade a proteção acima
de tudo a seus filhos. Sua luta é constante contra os espíritos sem
luz, e seus aconselhamentos se fazem jus a guerreira que é.

    Dizem que sua dança é forte e rápida,, seus ataques ao invisível

    Sua roupagem vem nas cores branco aperolado e amarelo ouro. Traz
nas mãos ou uma espada ou um alfanje, no que usa para atacar e
proteger seus consulentes dos espíritos desgarrados e sem entendimento
do bem e caridade.

Iyá Maialeuó: Conhecida também como Iyá Maléléo ou Maylewo,, é uma
Falangeira de característica e forma jovem/adulta, tem um modo
extremamente tímido, demonstrando isso nas chegadas em terreiros ou
roças, que ao se apresentar está de cabeça baixa, não fixando o olhar
nos olhos de seus consulentes. Sua dança também é tímida, se apresenta
como se chegasse apenas andando, em passos curtos, sem muitas
demonstrações para não chamar atenção.

    Dizem que jamais poderá ser tocado o rosto do médium que se
encontra incorporado com a Falangeira Maialeuó, talvez pelo excesso de
timidez.

    É a deusa dos grandes lagos, e lá faz sua morada. Domina tudo que
nele existe.

    Sua roupagem vem nas cores verde claro e branco prateado, traz nas
mãos o abebé.

Iyá Marabô: Conhecido também como Malelewo é uma Falangeira de forma e característica jovem e astuta. Dizem que é muito sagaz e que nunca e de forma nenhuma essa Falangeira se esquiva de uma boa quizila.

    A lenda diz que seria a voz dos grandes mares que atraem os
pescadores, e está ligada as grandes correntezas marítimas.

    Seu trabalho consiste em quebrar magias negras, retirar obsessores
de todos os tipos, abrir caminhos derrubando obstáculos.

    Sua dança em chegada em terreiros e roças é extremamente
chamativa, dizem que não há uma só pessoa que não fique atraído e com
vontade de dançar junto com Iyá Marabô em sua apresentação.

    Seus passos deslumbrantes, seu girar nas pontas dos pés, sua
posição de ataque e de defesa, encantam a tudo e a todos.

    Sua roupagem vem nas cores preto e vermelho, trazendo em algumas
partes raiados na cor branco, fazendo assim que ao refletir da lua
esses raios parecem sair de suas vestes indo de encontro aos
consulentes como se fosse uma limpeza de aura. Traz nas mãos dois
alfanjes, nos quais passam sobre seus protegidos para retiradas de
obsessores.

Iyá Masemale: De característica e forma iguais a da Falangeira Iyá
Iamassê, podem ser até consideradas a mesma Falangeira. Os pequenos
detalhes que as diferenciam é um ou outro passo nas danças de chegada
em terreiros e roças.

Iyá Ogunté assabá: De característica e forma jovem/adulta, essa
Falangeira é determinada, forte e guerreira.

    Deusa e mãe do rio Ógun, e senhora dos encontros rio e mar, essa
Falangeira tem como finalidade de trabalho fazer os grandes encontros
de paz. Em consultas em terreiros e roças, dá prioridade sempre ao
que se refere a paz, mesmo que para isso tenha que usar a força da
guerra.

    Sua chegada em terreiros e roças se faz acontecer através de uma
dança ritmada, de passos acertados, como se estivesse em um confronto
militar.

    Sua roupagem vem nas cores azul claro e branco aperolado, podendo
ter bordas em vermelho claro. Traz em uma das mãos uma espada, e na
outra o abebé.

Iyá Olossa: Conhecida também pelo nome de Iyá Olossá ou Iyá Oloxá, tem
como característica a forma bem idosa. Dizem que é a Falangeira mais
velha das terras de Egbado, e também dizem que não há médiuns que
incorporem essa Falangeira no Brasil.

    Como não há médiuns que a incorporem em nosso país, só vamos
relatar o que foi colocado nas incorporações em médiuns de algumas
regiões da África.

    Não temos relatos sobre seus tipos de consultas ou proteções.
Dizem que em sua dança ela vem com passos curtos e lentos, sempre com o tronco curvado, pelo peso das cargas de seus filhos e de sua idade
avançada.

    Sua roupagem vem nas cores verde claro, raiadas em roxo e azul,
trazendo presos as vestes algumas contas brancas em cristal.

    Dizem que nunca deixa seu abebé, e mesmo fora das danças tem ele
nas mãos.

Iyá Sobá: Também conhecida como Iyá Asagba ou Sabá, é uma Falangeira
de forma e característica adulta.

    Deusa das espumas brancas dos mares e rios, de onde capta suas
energias, senhora das fiadeiras de algodão, tarefa que tem orgulho em
fazer.

    Em sua chegada aos terreiros e roças, vem de uma forma calma,
senhora dançante, sorridente e de passos controlados como um maestro
regendo sua orquestra.

    Seus trabalhos de caridade vem nos aconselhamentos, no entender de
cada passo, tempo e coisa da vida, nas soluções de problemas que
podemos achar que são insolúveis. Ela com sua maturidade, com seu
poder de reflexão, com seu senso de justiça e paz nos mostra que tudo
na vida pode ter uma solução, e essa solução só vai depender da
quantidade de fé que estamos dispostos a entregar ao Pai Maior.

    Sua roupagem vem nas cores branco, azul claro e prata, traz nas
mãos o abebé, e tem um detalhe que chama atenção, ela gosta de
utilizar uma corrente de prata no tornozelo.

Iyá Susure: Também conhecida como Iyá Sessu, ou Iyá Sesu, ou Iyá
Yasessu, tem característica e forma adulta, é ligada a gestação, a
tratamento de mazelas no corpo físico e curas do espírito.

    Dizem que também é muito guerreira, e que está sempre pronta para
vencer batalhas contra os espíritos sem luz. Muito respeitada por
todas as outras Falangeiras, pois ela é a única mensageira do rei do
mar.

    Ela vive nas águas sujas do oceano, e por isso a obscuridade
dessas águas a fazem ser muito esquecida, e quem a auxilia nesse
contraste e Oxum Apará, que sempre a acompanha para estar relembrando os afazeres.

    Sua dança de chegada em terreiros e roças vem de uma forma bem
normal, um tanto lenta em comparação com as outras Falangeiras, mas
não tão lenta quanto a das mais velhas.

    Sua roupagem vem nas cores branco e verde água, tem contas
espalhadas na cor branco cristal por entre os babados de suas vestes.
Traz nas mãos uma espada ou um alfanje, juntamente com o abebé.

Iyá Tuman: De forma e característica adulta, essa Falangeira é a
senhora do tempo em que as águas do mar demoram para chegar a seu
destino.

    Tem como finalidade de trabalho a demonstração do tempo a seus
consulentes e filhos, para que a ansiedade não tome conta de suas
almas, e assim não deixar que errem por não refletir sobre qualquer
assunto ou fato.

    Sua chegada em terreiros e roças se faz em algumas vezes rápida
como o vento e em outras lentas como o mudar de imagem de uma
montanha, isso sempre voltada a demonstração do tempo.

    Assim como demonstração excessiva de tempo, Iyá Tuman, pelo
contrário também se demonstra não se importar com o gênero, pois em
alguns dias pode vir como representação feminina e em outras
masculina.

    É conhecida como a senhora da paciência e da calma, e assim tenta
fazer seus filhos entenderem a importância do tempo.

    Sua roupagem vem nas cores azul celeste, amarelo e branco
aperolado. Traz nas mãos o abebé e em algumas vezes o alfanje, que
apenas é usado como apetrecho de dança, nunca como uma arma, pois a
sua maior arma é a paciência e a tranquilidade, a mesma que passa a
seus consulentes nos trabalhos de caridade.


    Esses são os Falangeiros da rainha do mar, a nossa mãe Iemanjá,
que nesse texto resumido descrevemos apenas o mais objetivo, pois a
grandeza desses Falangeiros não seria possível podermos expressar
todos os detalhes de forma concreta pelo pouco espaço e tempo que
dispomos, e se fôssemos detalhar tantas e tantas grandezas, na certa
teríamos que dispor de dezenas de páginas desse humilde blog para
descrevermos o tanto de força tem esses trabalhadores da caridade.


    Saravá a falange e Falangeiros de Mãe Iemanjá.



    Odoiá minha rainha !


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