segunda-feira, 31 de julho de 2017

"TUDO SOBRE BOIADEIROS"

São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda. Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.

Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois.

Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo.

Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus. Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.

Nomes de alguns boiadeiros:
Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc. ...

Sua saudação: Getruá Boiadeiro, Xetro MarrumbaxêtroOs Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai. Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.

Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a patroa. É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas danças e comemorações.

Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas. Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande.

O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens. Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores. Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).

Sobre Nossos Caboclos Boiadeiros:

Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais. Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual.

Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática dada magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).

Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus. Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste.

"Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa. Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles. Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc... Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.

Boiadeiros são espíritos de vaqueiros, posseiros, capatazes, cangaceiros e espíritos afins. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra.Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Preto-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações, já que a presença desses espíritos muitas vezes interferem nas consultas de médiuns conscientes.

Esses espíritos atendem a boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, a energia emanada pelo Orixá para quem trabalha é apenas um critério interno e obrigatório dentro do próprio "Ori" - pois na verdade todos são braços de Omulú. Exemplificando essa idéia: Um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Oxossi, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.Dentro dessa linha a diversidade encontram-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...

No decorrer da gira de Caboclo, o chefe do terreiro diz: - "Getuá Boiadeiro!". O Ogam prepara a mão e a solta no couro do atabaque e canta: Me Chamam Boiadeiro Boiadeiro eu não sou não Eu sou laçador de gadoBoiadeiro é meu patrãoGetuê, getuáCorda de laçar meu boiGetuê, getuáCorda de meu boi laçarAlguns Caboclos, também chefes de terreiro, continuam em Terra para ajudar no desenvolvimento dos médiuns e a gira de Boiadeiro começa dentro da gira de Caboclos. Os Boiadeiros vêm dentro da corrente de Oxosse, dos Caboclos. Eles são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai. Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro, sincretismo) e sua língua, entre outras coisas.

Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé. No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exús. Da mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande. Os Boiadeiros em seus trabalhos bebem vinho ou marafo (aguardente) e fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Quando o médium é mulher e o Boiadeiro (entidade) é homem, freqüentemente, a entidade pede para que seja colocado um pano e cor, bem apertado, cobrindo o formato os seios. Estes panos acabam, por vezes, como um identificador da entidade, e até a sua linha mais forte de atuação, pela sua cor ou composição de cores.

A gira dos boiadeiros é quase sempre uma extensão da gira de caboclos.Caracteriza-se pelo ineditismo de “pé de dança”, numa coreografia intrincada de passos rápidos e ágeis, surpreendentemente máscula, que mais parece de um dançarino mímico, liderando bravamente com um boi bravo (ou uma boiada) invisível.Os médiuns do terreiro, desejando agradar a entidade sertaneja, paramentam-se com roupas próprias do personagem: gibão ou avental de couro, chapéu de vaqueiro e uma corda (“corda de laçar meu boi”) que será usada em movimentos giratórios acima da cabeça do laçador.

Assim, ficas à disposição do “amigo leal” que logo chegará, via mediúnica, com seus trejeitos, fumando seu indefectível cigarro de palha ou charuto, falando e cantando num tosco linguajar de homem do interior, além de muita jovialidade para com os encarnado.

Seu cantório enaltece os Orixás, dizem da sua camaradagem com os Caboclos, falam de Jesus e Nossa Senhora com respeito e carinho, do catolicismo colonial, lembram o “cálice bento e a hóstia consagrada”, mas a toada de sempre é sobre os verdes campos, a boiada, o cavalo baio, seu amor ao Brasil, os vícios e predileções - beber, fumar, namorar, o samba rasgado.

Improvisam versos ou repetem os mais de duzentos já publicados e conhecidos pelos frequentadores que se divertem com os ditos espirituosos, embasbacados pela prodigiosa memória do cantador sobrenatural. Em cima disso tudo, percebe-se claramente a religiosidade ingênua, prosaica, mas prudente reconhecimento de si mesmo ante a atuação viva de um Ser maior.

PRATOS E BEBIDAS A OFERECER AOS BOIADEIROS
Tutu à mineira, carne de sol, farofa, churrasco, frutas,
Bebidas: Cerveja branca, pinga, vinho tinto, chá preto, pinga com mel.

SAUDAÇÃO:
Xetroá BoiadeiroXetroá Cubajé Xetrô Murrumbaxêtro

Sua Guia: com contas amarelas, brancas, olho de boi, olho de cabra, etc. Poderá também trazer um crucifixo.Vela: amarela, branca, amarela/preta.


Seu boiadeiro por aqui choveu Seu boiadeiro por aqui choveu Choveu, choveu Relampiou Foi nessa água que seu boi nadou Mas, Seu boiadeiro por aqui choveu Seu boiadeiro por aqui choveu Choveu, choveu Relampiou Foi nessa água que seu boi nadou Seu boiadeiro por aqui choveu Choveu que água rolou Foi nessa água que seu boi nadou Foi nessa água que seu boi nadou Seu boiadeiro cadê sua boiada? Sua boiada ficou em Belém Chapéu de couro ficou lá também Chapéu de couro ficou lá também Chetruê, Chetruá Corda de laçar meu boi Chetruê, Chetruá Corda de meu boi laçar Chetruê, Chetruá Corda de laçar meu boi Chetruê, Chetruá Corda de meu boi laçar Seu Boiadeiro Cade sua boiada ? Mas, Seu Boiadeiro Cade sua boiada ? Seu boiadeiro na Jurema é nosso pai É nosso camarada Seu boiadeiro na Jurema é nosso pai É nosso camarada Chetruê, Chetruá Minha corda é de laçar Chetruê, Chetruá Meu boi fugiu mandei buscar A minha boiada é de trinta e um Vieram trinta está faltando um A menina do sobrado me chamou pra seu criad oEu mandei dizer a ela que estou vaquejando seu gado Sou eu boiadeiro que gosta do samba arrojado } bis A menina do sobrado não penteia mais cabelo Passa o dia na janela esperando boiadeiro Sou eu boiadeiro que gosta do samba arrojado } bisSeu boiadeiro por aqui choveu Mas choveu tanto que água rolouFoi tanta água que seu boi bebeu seu boiadeiro Foi tanta água que seu boi nadouEu tenho meu chapéu de couro Eu tenho a minha guiada Eu tenho meu lenço vermelho Para tocar minha vaquejada Seu boiadeiro onde está sua guiada } bis Sua guiada ficou lá em Belém Chapéu de couro ficou lá também Boiadeiro sem guiada não é ninguém Chetruá, Chetruá Corda de laçar meu boi Chetruá, Chetruá Corda de meu boi laçar...




Umbanda não é Espiritismo - diferenças.

Quais as principais diferenças entre a Umbanda e a Doutrina Espírita, no que diz respeito a palestras, utilização de instrumentos musicais, trajes, rituais, amuletos, imagens, sacrifício de animais, comunicação com espíritos, desenvolvimento da mediunidade, promessas de cura, passes, serviço pago e gratuito, etc?


    - A doutrina de Umbanda foi originalmente criada pelos índios e depois, com a imigração negra e, posteriormente, a imposição religiosa católica, assumiu carácter sincrético, isto é, agregou em seus princípios crenças africanas, vindas de várias seitas - das quais várias variações do Candomblé - e, por impositivo da Igreja Católica, cultuavam seus orixás com correspondência aos santos católicos, para não serem reprimidos. Toda a doutrina de Umbanda passou por várias adaptações locais e pessoais, por não ser uma doutrina codificada.

   - A doutrina Espírita foi codificada na França do século XIX pelo Prof. Denizard Rivail, também conhecido por Allan Kardec, mais especificamente em 1858 com a primeira edição de O Livro dos Espíritos. A Doutrina Espírita é uma filosofia científica de conseqüências religiosas, não sincrética e codificada, isto é, contém nos livros das Obras Básicas toda a base doutrinária que lhe é própria, sendo as demais obras complementares. Obras básicas da codificação espírita: O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, A Gênese, O Céu e o Inferno.

    Só pela origem histórica e pelas características já é possível ver uma diferença significativa entre as duas filosofias, mas entraremos um pouco mais nos seus postulados para verificar quais são as diferenças doutrinárias mais marcantes (embora existam muitas).
   
    1) Ritos, talismãs, pontos, vestimentas especiais e hierarquia sacerdotal 
     O Espiritismo não adota qualquer tipo de ritual, não adota talismãs, não possui qualquer tipo de chamativo aos Espíritos sob a forma de pontos e também, para nenhuma de suas atividades, sejam elas quais forem, adota vestimentas especiais.

A Umbanda adota em seus princípios rituais próprios (giras, festas, etc), talismãs (guias, pembas, etc), pontos riscados e cantados, hierarquia sacerdotal (babalorixá, yalorixá, filho de santo, ogã, etc) e vestimentas especiais (branco ou uniforme da casa em questão).
   
    2) Trabalhos materiais, fluidos materializados
    O Espiritismo não adota em suas práticas qualquer tipo de oferenda ou trabalho material. Todas as manipulações fluídicas são feitas pelos Espíritos, com o auxílio de médiuns passistas quando se faz necessário, utilizando deles também os fluidos animalizados, sem necessidade de trabalhos materiais.

A Umbanda adota em suas práticas o uso de oferendas e trabalhos de ordem material. Além disso, propõe-se à manipulação de fluidos pesados, materiais, nas práticas da "magia branca". Tal é, no mais das vezes, a finalidade das oferendas na Umbanda - a manipulação desses fluidos.
   
    3) Hierarquia Espiritual 
    O Espiritismo não adota qualquer tipo de divisão desse tipo. Apenas mostra que os Espíritos são distintos por seu nível intelectual e moral, ou seja, pelo maior ou menor conhecimento das coisas e pela maior ou menor disposição em fazer o bem. Não adota distinção entre "Falange X" ou "Falange Y", simplesmente entre elevação espiritual que demonstra pertencer por seu linguajar, sua postura e o conteúdo de sua mensagem. Além disso, os Espíritos designam-se pelos nomes de suas últimas encarnações ou os nomes que queiram, sem assumirem "cargo" algum. O máximo que há é a assinatura das mensagens como "Um amigo" ou "Um Espírito amigo da casa", etc.

    A Umbanda adota em suas crenças uma hierarquia dos Espíritos dividida em 7 vibrações, regidas cada uma por um Orixá, e subdividida cada uma delas em mais 7. Há uma caracterização espiritual por "vibração" a que o Espírito diz pertencer. Além disso, os Espíritos designam-se, normalmente, por nomes-chave, que são, na realidade "cargos espirituais", como Pai Joaquim, Vovó Maria Conga, Exu Pinga-Fogo, Ogum Beira-Mar, entre outros tantos.
   
    4) Mediunidade 
    O Espiritismo utiliza a mediunidade segundo uma óptica de educação mediúnica, baseada principalmente no estudo aprofundado e prévio de O Livro dos Médiuns. O processo de treinamento mediúnico, na Casa Espírita, não é empírico, segue as orientações de Allan Kardec e verifica-se por aulas mediúnicas onde há uma acomodação gradativa do médium e este acompanha com estudos relativos à mediunidade, para se tornar mais consciente do trabalho que realiza. O Espiritismo trabalha todas as formas de mediunidade, muito visivelmente a psicografia e a psicofonia. Muito raramente é utilizada a psicopraxia. Normalmente o Espírito só fala pelo médium, não há necessidade que movimente seu corpo físico além da fala. Além de tudo isso, a prática mediúnica espírita é sempre fechada a um grupo de pessoas que já tenham acumulado um mínimo estudo sobre os fenômenos e, por isso, sejam mais capazes de compreendê-los.
   
    A Umbanda utiliza a mediunidade de maneira empírica, por assim dizer, na medida em que o "desenvolvimento mediúnico" fica a cargo dos Espíritos comunicantes e do próprio médium, seguindo uma "tradição" da casa. Além disso, utiliza-se quase que em 100% do tempo da incorporação ou, no dito espírita, da psicopraxia. Outras formas de mediunidade, como a psicografia, a mediunidade de transporte, a mediunidade de efeitos físicos, são bastante pouco utilizadas na Umbanda. Além de tudo isso, a prática mediúnica é, em alguns casos, aberta ao público.

    5) Semelhanças    
    Apesar de inúmeras diferenças, há entre o Espiritismo e a Umbanda pequenas semelhanças, que, se não de forma profunda, pelo menos de forma geral, existem:

    - Acreditam na sobrevivência do Espírito
    - São reencarnacionistas
    - Utilizam em suas práticas a mediunidade (embora de formas distintas)
    - Reconhecem Jesus como o maior dos Espíritos que já esteve na Terra (Oxalá é Jesus na Umbanda, e Orixalá ou Oxalá Maior é Deus, seu Pai) - embora não haja na Umbanda um estudo sobre o Evangelho
    - Visam o trabalho para o bem
    - Difundem a prática da caridade como meio de elevação espiritual 

    Além de tudo isso, cabe ainda ressaltar que, embora guardem diferenças profundas, por seu objetivo comum da difusão do bem e da paz e pelo uso da mediunidade, algumas vezes Espíritos ligados à Umbanda auxiliam-nos nas práticas espirituais na Casa Espírita, sendo recebidos como irmãos queridos, como todos aqueles que se dedicam ao bem e ao amor. 

    Os Espíritos que se apresentam na Umbanda, seja qual for o nome que carreguem, são Espíritos individuais como nós, tiveram um nome em sua última encarnação - embora não se apresentem com ele -, têm dores, sofrimentos e angústias como todos nós. São Espíritos, portanto, do nosso mesmo nível médio de evolução. Cabe, no entanto, que façamos sempre a diferenciação do seu nível evolutivo. O que queremos dizer com isso?

    O que o Espiritismo nos ensina é que os Espíritos são atraídos pela Lei de Afinidade. Em um grupo em que se preze pelo bem, pela caridade, pela gentileza, pelo estudo, pela preocupação com as pessoas, que ensine aos médiuns a boa conduta da prece e da correção de atitudes, logicamente Espíritos bem mais elevados se aproximarão para o trabalho (mesmo que com os mesmos nomes dos outros). Mas, de outro modo, em locais onde isso não haja, os Espíritos que se apresentarão, sob os mesmos nomes, serão Espíritos inferiores, brincalhões e por vezes perversos, quando não somente ignorantes. Falam com autoridade, mas sua postura moral não lhes dá essa autoridade. Não são capazes de seguir um raciocínio lógico, porque seu nível intelectual não o alcança. São, portanto, Espíritos inferiores.

    Não importa o nome com que um Espírito se apresente, é importante saber se aquela individualidade espiritual apresenta elevação o suficiente pelas suas palavras, suas intenções, suas orientações, sua sabedoria, mesmo que revestida de simplicidade, como era Jesus.





HISTORIA DE XANGÔ E YANSÃ

HISTORIA DE XANGÔ E YANSÃ Vamos conhecer agora a história de Xangô, um orixá bastante sedutor, que havia sido disputado por três mulh...