sexta-feira, 24 de novembro de 2017

AS FEITICEIRAS - YAMIM OXORONGA

A posição das feiticeiras (yamin Oxorongá) no sistema planetário, são atribuídos como os espíritos do mal que operam durante a noite para trazer sofrimentos e padecimentos aos seres humanos. Assim como ao demônio, é esperado de nós que tenhamos medo das feiticeiras e nos mantenhamos à distância delas.





 


Veremos em Osa-Meji, como elas vieram e se instalaram no mundo e como se tornaram mais poderosas, ao ponto que nenhuma outra divindade pode derrotá-las. Elas podem frustrar os esforços de todas as outras divindades que falharam em lhes dar o reconhecimento adequado. 

Também descobri que elas não são totalmente más como freqüentemente são representadas. Como todo o conjunto de corpos celestiais e terrestres, há feiticeiras boas ou inofensivas e há feiticeiras más ou negras e vermelhas. Elas administram provavelmente o mais justo sistema de justiça. Elas não condenam sem um julgamento apropriado e imparcial. Se alguém se aproxima delas com uma acusação contra alguém, elas considerarão todos os lados antes de chegar a uma decisão. Ose-Osa e Osá meji, nos contarão como elas vieram ao mundo e como sobrepujaram todas as outras divindades.

Orunmilá nos conta porque e como elas não destroem ninguém a não ser que a pessoa tenha atravessado o juramento feito entre Orinxalá, Orumilá e as feiticeiras. 

As feiticeiras não matam homem algum que age sinceramente de acordo com o sistema de instituição do povo e tabus proclamados por Deus. Veremos como Orunmilá revelou que as feiticeiras foram a princípio mais atenciosas que os meros mortais. Foram os seres humanos que as ofenderam primeiro, matando seu único filho. Acontece deste modo que as feiticeiras e os mortais (OgbOrí em Yorubá e Ogboi em Bini) vieram como irmãs ao mundo ao mesmo tempo. 

A mortal teve dez filhos enquanto a feiticeira teve apenas um. Um dia a leiga estava indo ao único mercado disponível naquele tempo, chamado "Oka Ajigbomekon Akota" (Eki Adagbon Aderinnwin em Bini). Estava situado na fronteira entre o céu e a terra. Os habitantes do céu e da terra o usavam para comércio comum, de modo que a leiga indo ao mercado, pediu à feiticeira que cuidasse dos seus dez filhos durante sua ausência.

A feiticeira tomou conta muito bem dos dez filhos da mortal e nada aconteceu a nenhum deles. Então foi a vez da feiticeira ir ao mercado. Seu nome então era Iyami Oxoronga em Yoruba e Iyenoroho em Bini. Tendo ela partido para o mercado, também pediu para sua irmã, para cuidar de seu único filho durante sua ausência. Enquanto ela estava fora, as dez crianças da mortal sentiram vontade de matar um passarinho para comerem. OgbOrí falou a suas crianças que se eles quisessem a carne de um passarinho, ela iria ao mato buscar um para comerem, mas que eles não deveriam tocar no único filho da feiticeira. Enquanto a mãe foi ao mato, suas dez crianças juntaram-se e mataram o único filho da feiticeira e assaram sua carne para comer. 

À medida que as dez crianças de Ogborí assassinaram do filho da feiticeira, o poder sobrenatural deu a ela um sinal de que nada estava bem em casa. Ela rapidamente abandonou as compras no mercado e retornou para casa apenas para descobrir que seu filho tinha sido assassinado. 

Ela não conseguia compreender nada, porque sua irmã foi ao mercado e ela foi bem sucedida cuidando das dez crianças sem nenhum transtorno, mas quando foi sua vez de ir ao mercado, sua irmã negligenciou seu único filho. Ela chorou amargamente e decidiu abandonar a casa aonde viveu com sua irmã. Elas tinham um irmão com o qual elas vieram ao mundo ao mesmo tempo, mas que preferiu morar no meio da floresta, porque ele não desejava ser incomodado por ninguém. Era Iroko. 

Quando Iroco ouviu a feiticeira chorando, ele a convenceu a revelar o que estava acontecendo, e ela lhe contou como os filhos de sua irmã OgbOrí assassinaram o seu único filho, sem sua mãe ser capaz de impedi-los. Iroko consolou-a e lhe garantiu que a partir daí ele se alimentariam dos filhos de Ogborí. Foi a partir daí que, com o auxílio de iroko, a feiticeira começou a picar as crianças de OgbOrí uma após as outras. 

Veremos também como rúnmìlá interferiu para impedir a feiticeira de destruir todas as crianças de OgbOrí e o porque a rixa continua até hoje. Foi Orumilá que apelou a iroko e a feiticeira e pediu-lhes que aceitassem, a fim de parar o assassinato dos filhos mortais dos leigos. É deste modo que Orunmilá introduziu o sacrifício (Ètutu) de oferendas às senhoras da noite, o qual envolvia um coelho, ovos, fartura de óleo e outros itens comestíveis. 

Da mesma maneira como Exú nós não podemos nos opor as feiticeiras sem o suporte principal adequado. Nós apenas tentamos descobrir por meio do oráculo o que nós podemos lhes dar para angariar seu apoio e no instante em que o fizermos lhes dar o que mais elas pedirem, elas com freqüência descem novamente sobre alguém que não entendeu este aspecto da existência humana, eles são os que caem com facilidade vítimas de bruxaria. 

Finalmente Orunmilá foi decretado pela divinação pública a ser o único capaz de cativar a mulher. Assim que ele foi abordado para a tarefa, fez os sacrifícios necessários e ao invés de ir ao ilu Omuo, com um exército, ele foi com um cortejo dançante o qual adentrou reto para dentro da cidade. 

Quando as mulheres viram o longo cortejo de homens maravilhosamente vestidos e mulheres dançando na cidade com melodiosa música, elas perceberam que era momento de voltar para a casa de Ifé. Antes de elas compreenderem o que estava acontecendo, eles já estavam todos de volta a Ifé e havia reconciliação e júbilo geral. Este incidente ilustra novamente de maneira clara que não é fácil derrotar as forças das feiticeiras por meio de agressão sem apelar para uma autoridade superior. 

A maneira mais fácil de proceder para com elas é por meio de apascentamento. Orunmilá não resolve nenhum problema através de confronto a menos que todos os meios possíveis de conciliação tenham falhado. Até mesmo nesse caso, ele freqüentemente ele solicita o auxílio das divindades mais agressivas para fazer o serviço sujo para ele. E ele é uma divindade muito paciente. Ele diz que só pode reagir depois de ter sido ofendido trinta vezes e até neste momento, levar no mínimo três anos para se sentir ofendido, depois ainda dando ao ofensor ampla oportunidade de arrepender-se. 

A única força capaz de sobrepujar o poder das feiticeiras é a terra. Em Ose-Osa (Osemolura) teremos a informação de como o próprio Deus proclamou que o solo (Oto ou Ale) seria a única força que destruiria qualquer feiticeira ou divindade que transgredisse algumas das leis naturais. Isto foi proclamado na época quando um Curandeiro do Céu chamado Eye to yu Oke to Yoi Orun tinha se comprometido na destruição das divindades terrestres devido à suas condutas perversas na terra.

Oxemolura, quem transportou a mãe das feiticeiras para o mundo, porque nenhum outro tentou fazê-lo, também nos contará que o juramento que Orixalá fez a feiticeira submeterem-se foi ao solo. O juramento foi submetido em oposição a injustificável destruição de vidas humanas. 

Contamos porque as feiticeiras não têm poderes para destruírem o filho sincero de Deus, ambos são seguidores de votos de Orunmilá. Veremos também que o enorme poder manuseado pelas anciãs da noite, lhes foi dado pelo Pai Todo Poderoso, na época em que Deus vivia livre e fisicamente com as divindades. 

Foi dado a feiticeiras o poder exclusivo de manter vigia sempre que Deus estivesse tomando seu banho pouco antes do galo cantar. Era proibido ver Deus despido. As feiticeiras divinas eram as únicas a quem foi dada esta autOrídade. Elas freqüentemente davam sinal ao galo que Deus já tinha tomado seu banho, depois disso o galo cantava pela primeira vez na manhã. 

Deus não abandona o restante da sua criação à mercê das anciãs da noite. Por meio de Osa-Ose, rúnmìlá revelará como Deus conta conosco para nos proteger contra os poderes das feiticeiras. Havia uma linda moça no palácio de Deus que estava pronta para casar. Ogum, Osoyin (Oxum) e Orumilá estavam interessados na garota. 

Deus consentiu em dar a mão da moça em casamento ao admirador que provasse ser merecedor de sua mão. A tarefa a ser cumprida como prova de elegibilidade para a mão da moça era colher um tubérculo de Inhame da fazenda divina sem quebrá-lo. Ogum foi o primeiro voluntário a realizar a tarefa. Ele foi à fazenda e desenraizou o tubérculo. Tão logo ele o puxou, quebrou-se, o que logicamente descartava a sua candidatura. 

Oxum foi o próximo a tentar sua sorte e também passou pela mesma experiência. Foi à vez de Orunmilá ir até a fazenda. Mas ele não se direcionou diretamente para a fazenda. Ele decidiu descobrir porque aqueles que tentaram antes dele falharam e o que fazer para ser bem sucedido. Ele consultou o oráculo e durante a consulta foi informado do que era desconhecido a todos, Deus tinha nomeado as anciãs da noite para zelar pela fazenda. Eram elas portanto, as responsáveis pelos inhames mágicos arrancados quebrarem.
 
Ele foi recomendado a fazer um banquete para elas com akará e todos os itens de coisas comestíveis, e um grande coelho, e também para servir o banquete na fazenda à noite. De acordo ele executou o sacrifício de noite. Naquela noite todas as guardiãs da fazenda divina banquetearam-se com a comida. 

Na mesma noite, Orúnmìlá teve um sonho no qual as feiticeiras enviaram alguém para lhe dizer para não ir a fazenda no dia seguinte. Ele deveria ir um dia depois. No dia seguinte elas fizeram a chuva cair pesadamente sobre o solo a fim de amolecê-lo. 

Depois disto todas as feiticeiras fizeram um juramento solene de não encantar o inhame de Orunmilá a quebrar. 

O terceiro dia, Orunmilá foi à fazenda e arrancou o inhame com sucesso e o entregou a Deus, que instantaneamente cedeu a garota para ele em casamento. Deve-se observar que Deus não falou nada aos admiradores da garota sobre a coisa estranha que os aguardava na fazenda. Ele tão pouco lhes disse como solucionar a questão que sabia que iriam enfrentar.

Foi apenas Orunmilá, que nunca se lançou em algo sem pensar bem antes de agir, ele sabia que era apenas apascentando as feiticeiras que ele poderia pegar o que ele queria.




CAMDOMBLÉ CONHECIMENTO. Manual do bom filho de santo, Yao - Iao


Percebendo que com a modernidade dos tempos a religião espírita tede a adaptar-se a atualidade, encontrei um ótimo documento que é o “Manual do yawo (iaô, Yaô = Filho de santo). neles estão a conduta do filho de santo (Omo Orixá), no caso um yawo  que é nada mais, nada menos que um recém iniciado dentro do candomblé (culto ao orixá), ele pode variar muito de barracão para barracão (casa de santo), de nação para nação (ketu, jeje, angola, nago, efon), e da filosofia do babalorixá (o modo ao qual o pai de santo foi doutrinado em sua casa).

O manual do bom filho de santo não é só para os iniciados, pois a palavra Iaô (yawo) significa esposa, um filho de santo é yawo até seus 7 anos de obrigação paga dentro do Candomblé (isso é ele tem que tomar a obrigação de sete anos para deixar de ser um Iaô e se tornar um Ebomi, dai ele poderá deixar de cumprir várias obrigações de um yawo (novo de santo), pois deixou de ser uma criança na casa, e exercendo um grau acima, podendo até em alguns casos abrir seu próprio barracão (terreiro, Ilê axé, casa de santo, barracão), se tornando um babalorixá (pai de santo), se no caso ele tiver um cargo de santo (carma espiritual que implica em cuidar de outros filhos de santo). Então vamos ao que interessa, esse texto sobre a conduta do filho de santo dentro de uma casa é muito importante para o equilíbrio da própria, pois uma casa Orixá não tem prosperidade se não houver respeito e designação das hierarquias (1º Pai de santo, 2º ekeji, ogan, 3º Ebomi, 4º filhos de santo (yawo, abian), etc.).

Gostaria muito que os Omo orixá (filhos de santo) já iniciados dessem uma lida no conteúdo abaixo, pois será de grande proveito, e os que estão querendo se iniciar dentro da Religião tanto do Candomblé quanto da Umbanda leiam com atenção o que é uma vida de devoção e respeito ao seu Orixá, o Orixá do Pai de santo, seu Ori (sua cabeça) e os demais postos dentro do Ilê axé (casa de santo).


Tudo aquilo que nosso Orixá rejeita por qualquer motivo peculiar, que por vezes desconhecemos. Existem quizilas da própria Nação e as de Cada Orixá. Seguindo este preceito, só dependerá de você ter uma vida melhor consigo mesmo e com os de mais que lhe rodeia.



As principais são:

O Yawo ao chegar ao barracão, o procedimento correto é: 

a) Amarrar um pano no peito (mulheres); 
b) Ir direto para a cozinha beber um copo de água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas, não falar com ninguém para bater - papo e colocar a fofoca em dia; 
c) Tomar seu banho e ir trocar de roupa; 
d) Bater cabeça no axé, na porta do quarto de santo e pro pai de santo; 
e) Tomar a benção a TODOS os seus irmãos, sendo mais velhos e mais novos, de acordo com a ordem iniciática. 

Agora sim, caso não haja nada em que se possa ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo a ser feito), depois pode ir colocar seu tricô em dia.

O Yawo se dormir no Terreiro deve levantar antes do sol nascer ou junto com o
nascer do sol.

O Iaô ao levantar não deve falar com ninguém, deve antes lavar seu rosto e boca, isso é para apagar os vestígios ou traços espirituais que eventualmente
tivesse vindo rondá-lo durante a noite a fim de colher nos seus lábios o mingau das almas numa possível alimentação.

O Yaô não deve falar mal e nem dar ouvidos aos que ensaie uma conversa contra a casa de santo ou seus sacerdotes e sim enaltecer para agradar as forças
de sua fonte.

O Yawô não deve ocultar coisas que venha trazer prejuízo para a casa de Santo, deve expor o fato em tom normal sem demonstração de disse-me-disse.
O Yawo não de ouvir maldade e sim enaltecer sua casa.
O Yawo não deve fumar na frente de Seu Zelador, e dos mas velhos que visite sua casa.
O Yawo nunca fica de pé em frente ao Pai de Santo e sim agachado, com a cabeça baixa.
O Yawo nunca interrompe o Zelador quando estiver conversando com alguém.

Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é de bom-tom que os filhos se abaixem próximo a ele para dirigir a palavra. Ai então disser AGÔ (Licença) e esperar ele dizer AGÔ YA. E de cabeça baixa, falar com ele em tom de voz baixa.

O Yawo não deve se portar de maneira desairosa no terreiro, por que do seu comportamento decorre a divulgação e o bom nome da casa.O Yawo não deve falar mal da casa de santo (nem sua nem dos outros) e nem de seus componentes, isso provocaria a irá do ORIXA e trás a certeza de um pagamento futuro, a EXU a EGUN e as forças da natureza.

O Yawo não deve passar pelo seu pai de santo com a cabeça erguida, e sim um pouco curvado para frente.

O yawo só pode sentar em Apoti (Banquinho) mediante a autorização do seu Zelador. (Somente raspados podem sentar em apoti)

O Yawo não deve deixar dormir roupa em corda (pois Eguns a noite faz dela sua morada)

O Yawo não deve sentar em soleira de porta.

O Yawo não deve passar embaixo de corda que tenha roupa intima, roupa de baixo, mesmo que estas sejam suas.

Yawo não passa embaixo de escada.

O Yawo não deve pegar sou de Meio-dia, mesmo com cabeça coberta.

O Yawo não deve varrer a casa dos fundos para frente e sim da frente para os fundos.

O Yawo não deve verter (Urinar) ou defecar, em rios, lagos, dentro de de água, poço ou cachoeira (locais Sagrados).

O Yawo não deve defecar em mato, em cima de plantas votivas.

O yawo não deve cuspir em água de espécie alguma.

O Yawo deve esta com seu contra-egun toda vez que for ao barracão.

O Yawo deve sempre esta com O Ojá ( pano de cabeça) em sua cabeça.

O Yawo não deve entrar em cemitério, só em casos muito especiais, assim mesmo com a cabeça coberta. E somente com a permissão de seu Zelador.

O Yawo não deve entrar em Igreja, hospital, matadouro, etc, só em casos especiais, assim mesmo com a cabeça coberta. Somente com a permissão de seu Zelador.

O Yawo não deve ir a praia (Banho de Mar ± areia, calçada, beira de praia, beira de mar, casa de praia), sem ter suas obrigações em dia. E somente com a permissão de seu Zelador.

O Yawo não carrega embrulho na cabeça.

O Yawo não deve ser descortês, nem mesmo entre os irmãos do terreiro e com visitantes, e sim bastante paciente e educado.

O yawo não deve impor seus desejos, nem mesmo entre os irmão de barco, seus desejos ou vontades serão discutidos.

O yawo não deve faltar com educação e cortesia para com todos aqueles que nos batem a porta, seja ele conhecido ou não.

O Yawo não deve tornar publico as coisas que delas participarem em caráter de segredo na casa de santo.

O Yawo não deve menosprezar os outros e nem se colocar em falso pedestal de auto suficiente, e sim ser humilde.

O YAWO nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu barracão ou no barracão do alheio, deve-se sentar na mesma altura que o seu pai de santo.

Ele já passou por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente ali.
Você ainda está no meio do caminho. Portanto, pra que querer sentar aonde você não alcança? Mesmo que o dono da casa chame , cabe a você recusar

Yawo e abian não bebem nenhum líquido em copo de vidro dentro de seu barracão ou no barracão do alheio. Deve-se esperar o bom e velho copinho de plástico ou então a conhecida DILONGA, BAN ou CANEQUINHA DE ÁGHATA, como você preferir chamar. Copo de vidro só quem tem direito é egbomi, ekede, ogan e zelador…


  
Terminou seu ajeum (comer)? Pegue seu pratinho e sua canequinha, Pegue seu pratinho  e sua canequinha, Não cai a mão e nem coça, sabia? Infelizmente ainda não possuímos uma empregada que possa cuidar da limpeza geral enquanto nós  descansamos. 

  
Como dissemos no item anterior, não temos uma empregada para limpar tudo. 
Portanto, cada um deve se conscientizar e fazer a sua parte. Ficar protelando,  esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você  não tem cabimento. Cada um fazendo um pouco fica mais fácil e rápido. 
  
  
Resolveu visitar o pai de santo? Que maravilha! Ele adorará sua visita, ainda  mais se você vier com uma modesta colaboração para o ajeum, pois como é do 
conhecimento de todos, o pai de santo não tem obrigação de alimentar todo  mundo. Madre Teresa de Calcutá já morreu, e definitivamente, ela não vira na 
cabeça do pai de santo. 

  
Você trabalhou feito a escrava Isaura e se cansou? Acabou de fazer todo o  serviço? Bem, agora você pode pegar o seu maravilhoso APOTÍ e confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos no item 5, cadeiras, sendo com  ou sem braço, só ebomis, ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe  uma variável do APOTI, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar, se  espichar e até relaxar seus ossos.


Em sua casa, quando você faz uma comemoração qualquer e é servida uma  refeição, você sai atacando o ajeum na frente de seus convidados? Acreditamos que não, né? Portanto, na casa de santo é igual. Antes os mais velhos devem se  servir, pra só depois os abians e yawos se servirem. Isso é mais que uma regra é  etiqueta. E você não vai querer ser um deselegante, não é? Lembre-se: Estão  sempre observando você... 

  
As emprestadas? Pois é, o pai de santo também não gosta. Portanto, que tal  comprar um belíssimo tecido de lençol e fazer uma baiana de ração básica pro dia-a-dia? Não sai caro e fica uma gracinha. E você finalmente pára de pegar a roupa do alheio emprestado. Não é maravilhoso? Todos na casa contentes efelizes com suas devidas roupas. 

  
Quem traz dinheiro para o sustento da casa? Você é que não é. Portanto, trate muitos bem os clientes que vão para jogar ou se consultar, pois é deles que vem boa parte do dinheiro dali. Sorrir sempre e servir um copinho de café ou de água gelada não matam ninguém. Que tal tentar? 

  
E vai rolar a festa! O povo do kétu, do jeje, da angola e até da umbanda já mandou avisar e convidar. Mas, e o dinheiro para comprar o ajeum e o otí do povo? Com certeza o Carrefour não irá mandar as coisas de graça para o barracão, nem o Mercadão de Madureira tão pouco irá dar os bichos e todo o material restante. Portanto, que tal se todos coçassem o bolso um pouco e ajudassem? 

  
Você acha que só por este local ser uma casa de santo, a Electro, a CEG e a Sabesp irão fornecer água, luz e gás de graça? É claro que não. Portanto,contribua sempre com a sua módica mensalidade. Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final de semana já irá ajudar muito no barracão. 

  
O mundo está em guerra, existe muita gente por aí passando fome. Portanto, por que desperdiçar comida? Fazer a quantidade exata só para quem trabalhou dignamente e contribuiu com este maravilhoso ajeum é o coerente, pois você não está no programa da Ana Maria Braga para comer de graça. Por falar em Ana Maria Braga, lembre-se que você não é o Louro José para dar palpites no barracão. Se você tem alguma sugestão, leve-a antes ao pai de santo. Espalhar a corrupção sobre a Terra era coisa da novela Mexicana. 

  
Ficou cansado depois da festa? Nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de fininho. Lembre-se da limpeza do barracão. 

  
Roda de candomblé, seja em sua casa ou na casa do alheio, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos e não tão pouco paquerando.. Se você quer fuxicar, vá para um botequim. 

  
Anágua encardida, só se for depois da festa do candomblé. Antes, NUNCA, JAMAIS, NEM PENSAR! Devem ser brancas como a neve, salve anágua de ráfiaou entretela. 

  
Você, irmãozinho, que vê o mundo cor de rosa-choque com bolinhas amarelas, deve deixar esta sua visão progressiva e moderna do lado de fora do barracão.


Ali dentro você tem que ver tudo branco. O mesmo vale para as coleguinhas que vêem tudo azulzinho. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório. 

  
Vai rolar um churrasquinho de gato na casa do seu coleguinha no meio da semana, no mesmo dia de função do barracão? Então, peça para ele guardar uma garrinha de carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos. 


Se sua irmã de santo tem uma baiana mais humilde do que a sua, nada de ficar xoxando. Lembre-se, o mundo dá voltas e o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Amanhã pode ser você com uma baiana de chita e ela com uma belíssima saia de rechilieu. 

  
Caso assista fora do seu barracão a algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de ficar xoxando e chamando de marmoteiro. Você não é o dono da verdade e nem ninguém o é. O que pode parecer maluquice pra você, pode não ser pro próximo. Não é errado, é diferente de sua casa. Além do mais, comentários sempre são feitos depois. Vai que tem alguém conhecido escutando? 


Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre. Respeito é bom e conserva os dentes. Portanto, deve-se pensar duas vezes antes  de envolver o pai de santo e irmãos mais velhos em determinadas brincadeiras  de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora. Além  do mais, a próxima vítima pode ser você. 

   
Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e tops devem ser usados somente pra ir ao baile funk. 

  
Sempre que for servir algum mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. Sempre que for servir algum mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. 

  
Benção foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a benção, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da pessoa, e não a ela própria. Portanto,todos devem trocar a benção, mais velhos com mais novos e vice-versa. 
  
  
Quando você estiver em uma roda de pessoas dentro da sua casa de santo ou de outro barracão qualquer, abaixe o seu ori e peça a benção até o periquito que estiver chegando, você não sabe quem é ele e ele pode ser bem mais velho que você, um tio de santo ou qualquer outro egbomi, é preferível você pedir a benção a alguém mais novo do que errar passando por cima dos mais velhos. 

  
Lembre -se que para nosso Zelador (a) seremos sempre YAO. (Como para nossa Mãe carnal, seremos sempre crianças).



HISTORIA DE XANGÔ E YANSÃ

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