Yorimá é o Orixá primaz do elemental terra. A vibração de Yorimá é composta por diversas entidades que alcançaram a maturidade espiritual, sendo pois Senhores das Experiências. Atualmente, sua função se prende a orientar os filhos de fé no caminho da fé e da evolução, alcançadas através da humildade e sabedoria.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
LUZ ESPÍRITA - Espiritismo em Movimento: Adrien, médium de Kardec e a comunicação espírita ...
LUZ ESPÍRITA - Espiritismo em Movimento: Adrien, médium de Kardec e a comunicação espírita ...: Nossos confrades do site Autores Espíritas Clássicos brindam a todos nós com um trabalho inédito: a tradução de uma brochura publicada...
EXU O GRANDE ARCANO
- Quem é esta misteriosa Divindade que
gera tanta polêmica, e distorções de seu real significado e função, como um
ser Divino e cósmico?
- Aonde começou o preconceito religioso e até cultural, acerca não só de Exú como muitas outras divindades, e religiões consideradas Pagãs? - Aonde e como tudo começou?
Os antigos nativos da grande mãe África,
também conhecidos como o povo Yoruba ou Nagôs, viviam em plena harmonia, sem
crise econômica e fome, e em pleno equilíbrio com a natureza e suas crenças,
até que guerras (para variar guerras, pelo poder), internas entre tribos,
cidades e confederações, a colonização Islâmica e o drástico e cruel tráfico
negreiro, começaram a retirar a harmonia deste antigo e belo povo, os
Yorubas, Nagôs.
Suas crenças, costumes e religião, chegaram até nosso pais através do que chamamos de diáspora, que ocorreu através do imenso e bárbaro tráfico negreiro, o ouro negro. O povo negro escravizado se espalhou por todo o território de nosso pais, misturando-se, vieram de várias regiões, muitas vezes eram até de tribos inimigas, adoravam divindades diferentes, em África o culto dos orixás é regional. O domínio do negro pela força, foi um grande absurdo Histórico, um ato nada Humano diga-se de passagem. A Coroa de Portugal, assim que chegaram os primeiros negros Havia a tese que a África era uma terra de maldições, esta tese foi defendida por vários teólogos cristãos. Estes não foram os únicos comentários de teólogos da igreja Católica que não merecem ser mais comentados. Documentos Históricos relacionado a escravidão também foram queimados, desaparecendo muitos registros Históricos. Afinal quem é Exú este Grande Orixá. Infelizmente Exú perdeu seu verdadeiro significado ao chegar no Brasil, os negros escravos, tiveram que sincretizar com santos católicos seus Orixás, para poderem praticar sua religião, Exú foi quem mais sofreu neste processo, a igreja e os católicos associaram Exú ao Diabo, a coisa ruim. Na crença Yoruba, Olórum Deus Criador, não possui um opositor a ele como a maioria das religiões. O mal e um sentimento humano. Exú seria o seu fiscal, guardião dos portais entre o Òrun (Além) e o Àiyé (Terra), além de ser o guardião do corpo neste aspecto é chamado de Bara, é o mensageiro dos Orixás. Exú o princípio dinâmico que habita dentro de nós, esta força que impulsiona a vida. Tão importante e fundamental que todos Orixás tem seu Exú, não como escravo como alguns Candomblés acreditam. Muitos mitos foram criados a respeito deste grande arquétipo, o Orixá Exú, ele tem muitos poucos filhos aqui no Àiyé, muitos religiosos confundem Exú Orixá com os compadres e comadres (Tranca Rua, Veludo, Caveira, Maria Padilha, Mulambo etc) como eram chamados pelos mais antigos, Exú Orixá é uma coisa totalmente diferente. Os Orixás ancestrais ou Irunmales não fazem parte do processo de reencarnação são seres divinos criados por Olórum para ajudarem a administrar sua criação, são Deuses do fogo, ar, trovão, terra, morte, tempo, destino, etc, não fazem parte do sistema de reencarnação. Os nossos maravilhosos comadres e compadres, hoje também chamados de Exús, fazem parte do sistema da reencarnação. Sem Exú o culto dos Orixás não existiria, ele é o mensageiro dos jogos oraculares de Ifá, é ele que vem buscar e levar as oferendas para os Orixás, e estas até Olódùmarè Deus Supremo, é o primeiro a ser saudado no culto dos Orixás. Tem um ditado no culto que diz: Biri-biri bò won lójú. Ògbèri nko mo Màriwo. Trevas cobrem seus olhos O não iniciado não pode conhecer o mistério de Màriwo. Através de séculos o culto dos orixás mantém uma tradição oral, que só o iniciado tem acesso aos segredos, do culto de matizes afro-brasileiras. Os sacerdotes mais antigos a sua grande maioria são contra a quebra de Erós (segredos), mas uma outra parte dos seus adeptos são favoráveis a determinadas informações aonde, são retirados alguns mitos, com o objetivo de corrigir erros relacionado a prática do culto. Sabemos que hoje em dia uma grande parte dos terreiros de Candomblé principalmente em São Paulo, cometem muitos erros prejudicando muito, mas muito mesmo, em vez de ajudar as pessoas que vão procurar ajuda nos Iles (casas) de culto dos Orixás, me refiro a São Paulo - S.P. por que não conheço a quantas andam o Culto dos |Orixás em outras regiões, seria interessante vocês questionarem antes de irem procurar um zelador em sua região. Os sacerdotes muitas vezes não tem culpa aprendem errado com seus zeladores de santo e passam este erro adiante, muitas vezes sem saber que estão cometendo e promovendo um desastre na vida das pessoas. Preocupados com este fato muitos sacerdotes estão trabalhando para esclarecer, ensinar, e retirar mitos errôneos com relação a práticas do culto, para isso estamos até quebrando alguns Erós (segredos), para poder ajudar os iniciados corrigirem seus erros, também ajudando aquelas pessoas que gostam e procuram ajuda nas casas de culto, saberem selecionar melhor os seus futuros zeladores. Voltando a Exú o grande Orixá, vejamos como o erro começou: Èsù é um orixá ou um ébora de múltiplos e contraditórios aspectos, o que nos torna muito difícil Por um outro lado, segundo as próprias palavras de Ifá, segundo a tese antropologia de J.Elbein dos Santos: "cada um tem seu próprio Èsù e seu próprio Olórun (Deus Criador), em seu corpo" ou "cada ser humano tem seu Èsù individual, cada cidade, cada casa (linhagem), casa entidade, cada coisa e cada ser tem seu próprio Èsù, e mais, "se alguém não tivesse seu Èsù em seu corpo, não poderia existir, não saberia que estava vivo, porque é compulsório que cada um tenha seu Èsù individual". Olórum representa o princípio da existência genérica, Èsù é o principio da existência diferenciada. Assim foi criado Exú por Olódumarè, complexo e o grande arcano do culto Eró (segredo), guardado a sete chaves ate hoje. Uns dos motivos pelo qual Exú foi associado com o Deus da Fornicação o Diabo. Mas os estudiosos e pesquisadores sérios da história da religião, sabem que o falo é símbolo de força, princípio masculino que gera a vida, e foi um símbolo muito utilizado pelos povos primitivos, de todo o velho mundo, da África até, as civilizações Indo-européias, reconheciam o falo como um símbolo de força, a força que gera a vida. Veja o que a Historia do Odù (signo) Ogbè diz quando apareceu para Orúnmìlà: Níjó ti nlo rèé tóro omo, Lódó Òrisà igbò-wújì. No dia em que ele foi requerer uma criança A Òrìsà Igbò-wúji (Òrinsàlà). A história conta que nas remotas origens, Olódúmarè e Òrìsànlá estavam começando a criar o ser humano. Assim criaram Èsù, que ficou forte, mais difícil que seus criadores: "Èsù si le ju àwon mejeli lo". Olódùmarè enviou Èsù para viver com Òrìnsàlá; este colocou-o à entrada de sua morada e o enviava como seu representante para efetuar todos os trabalhos necessários. Foi então que Òrúnmìlà, desejoso de Ter um filho, foi pedir um a Òrìsànlá. Este lhe diz que ainda não tinha acabado o trabalho de criar seres e que deveria voltar um mês mais tarde. Òrúnmìlà insistiu, impacientou-se querendo a qualquer preço levar um filho consigo. Òrìsàlá repetiu que ainda não tinha nenhum. Então perguntou: "Que é daquele que vi à entrada de sua casa?" É aquele mesmo que ele quer. Òrìsalá lhe explicou que aquele não era precisamente alguém que pudesse ser criado e mimado no àiyé. Mas Òrúnmìlà insistiu tanto que Òsàlá acabou por aquiescer. Òrúnmìlà deveria colocar suas mãos em Èsù e, de volta ao àiyé, manter relações com sua mulher Yebìirú, que concebera um filho. Doze meses mais tarde, ela deu a luz um filho homem e, porque Òsàlá dissera que a criança seria Alágbára, Senhor do Poder, Òrúnmìlà decidiu chamá-la Elégbára. Assim desde que Òrúnmìlà pronunciou seu nome a criança, Èsù mesmo respondeu e disse: Todos os meus filhos Esus, que abitam os noves Orun (aléns), seriam seus representantes e Òrúnmìlà poderia consultá-los cada vez que fosse necessário enviá-los a executar os trabalhos que ele lhes ordenasse fazer, como se fossem seus verdadeiros filhos. Èsù assegurou-lhe que seria ele mesmo quem responderia por meio dos dos seus assentamentos, cada vez que o chamasse. No sitema Africano da pratica de Ifá, seja ela o Jogo de Buzios, Opele-Ifá, Ikin-Ifá, dentre outros metodos, é Esu que é o mensageiro de Orunmila-Ifá, o Deus do Destino, e de todos os outros Orixás. Nos candombles no Brasil, o Jogo de Buzios e atrabuido a Divindade Osun, Osun formula as perguntas e Esu vai buscar as respostas, com Orunmila-Ifá e todos os outros Orixás. Assim e Èsù, polemico, complexo e ao mesmo tempo simples. Muitos de seus segredos são guardados até hoje, pelos sacerdotes sérios, só os iniciados tem acesso a estes Erós. Devo advertir que Èsù pode se apresentar com sua energia destrutiva, só um iniciado devidamente treinado pode apaziguar, esta energia tão forte. Muitas pessoas que não possuem iniciação no culto dos Orixás, seja no Ilê Orunmila, Ilê Orixá ou Ilê Egum, andam tentando evocar Èsù Orixá e manipular esta grandiosa força, tentativa esta em vão por que Èsù só atende os iniciados e os adeptos dos culto dos Orixás. São necessários certas cantigas, orações, saudações e gestos, para que poça fazer a sua evocação. É através de seu assentamento, feito por outro iniciado, que ele é cultuado e reverenciado. Dizer a verdade para aqueles que não podem entendê-la, é mentir para eles. Desvelar a Verdade para estas pessoas, é profaná-la. O que as águas não refletem, na superficialidade não reside. |
ILÉ YORIMÁ*
A ARTE DE SER VELHO
É curioso como, com o avançar dos anos e o aproximar da morte, vão os homens fechando portas atrás de si, numa espécie de pudor de que o vejam enfrentar a velhice que se aproxima. Pelo menos entre nós, latinos da América, e sobretudo, do Brasil. E talvez seja melhor assim; pois se esse sentimento nos subtrai em vida, no sentido de seu aproveitamento no tempo, evita-nos incorrer em desfrutes de que não está isenta, por exemplo, a ancianidade entre alguns povos europeus e de alhures.
Não estou querendo dizer com isso que todos os nossos velhinhos sejam nenhuma flor que se cheire. Temo-los tão pilantras como não importa onde, e com a agravante de praticarem seus malfeitos com menos ingenuidade. Mas, como coletividade, não há dúvida que os velhinhos brasileiros têm mais compostura que a maioria da velhorra internacional (tirante, é claro, a China), embora entreguem mais depressa a rapadura.
Talvez nem seja compostura; talvez seja esse pudor de que falávamos acima, de se mostrarem em sua decadência, misturado ao muito freqüente sentimento de não terem aproveitado os verdes anos como deveriam. Seja como for, aqui no Brasil os velhos se retraem daqueles seus semelhantes que, como se poderia dizer, têm a faca e o queijo nas mãos. Em reuniões e lugares públicos não têm sido poucas as vezes em que já surpreendi olhares de velhos para moços que se poderiam traduzir mais ou menos assim: "Desgraçado! Aproveita enquanto é tempo porque não demora muito vais ficar assim como eu, um velho, e nenhuma dessas boas olhará mais sequer para o teu lado..."
Isso, aqui no Brasil, é fácil sentir nas boates, com exceção de São Paulo, onde alguns cocorocas ainda arriscam seu pezinho na pista, de cara cheia e sem ligar ao enfarte. No Rio é bem menos comum, e no geral, em mesa de velho não senta broto, pois, conforme reza a máxima popular, quem gosta de velho é reumatismo. O que me parece, de certo modo, cruel. Mas, o que se vai fazer? Assim é a mocidade- ínscia, cruel e gulosa em seus apetites. Como aliás, muito bem diz também a sabedoria do povo: homem velho e mulher nova, ou chifre ou cova.
Na Europa, felizmente para a classe, a cantiga soa diferente. Aliás, nos Estados Unidos dá-se, de certo modo, o mesmo. É verdade que no caso dos Estados Unidos a felicidade dos velhos é conseguida um pouco à base da vigarista; mas na Europa não. Na Europa vêem-se meninas lindas nas boates dançando cheek to cheek com verdadeiros macróbios, e de olhinho fechado e tudo. Enquanto que nos Estados Unidos eu creio que seja mais... cheek to cheek. Lembro-me que em Paris, no Club St. Florentin, onde eu ia bastante, havia na pista um velhinho sempre com meninas diferentes. O "matusa" enfrentava qualquer parada, do rock ao chá-chá-chá e dançava o fino, com todos os extravagantes passinhos com que os gauleses enfeitam as danças do Caribe, sem falar no nosso samba. Um dia, um rapazinho folgado veio convidar a menina do velhinho para dançar e sabem o que ela disse? - isso mesmo que vocês estão pensando e mais toda essa coisa. E enquanto isso, o velhinho de pé, o peito inchado, pronto para sair na física.
Eu achei a cena uma graça só, mas não sei se teria sentido o mesmo aqui no Brasil, se ela se tivesse passado no Sacha's com algum parente meu. Porque, no fundo, nós queremos os nossos velhinhos em casa, em sua cadeira de balanço, lendo Michel Zevaco ou pensando na morte próxima, como fazia meu avô. Velhinho saliente é muito bom, muito bom, mas de avô dos outros. Nosso, não.
NANÃ
Nanã
Nana é a chuva e a garoa. O
banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma limpeza de grande
força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã Buruquê representa a
junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com
as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de
Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.
1. Com a junção da água e a
terra surgiu o Barro.
2. O Barro com o Sopro Divino
representa Movimento.
3. O Movimento adquire
Estrutura.
4. Movimento e Estrutura surgiu
a criação, O Homem.
Portanto, para alguns, Nanã
é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela
responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os
seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte,
passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se
perca.
Esta é uma figura muito
controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente
desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e
sofrido, principalmente ressentido.
Orixá que também rege a
Justiça, Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser Orixá muito
discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter
completamente diferente do dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma
dengosa e vaidosa aparente filha de Oxum seria uma filha de Nanã
"escondida".
Nanã faz o caminho inverso
da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que
Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem
possibilita o acesso a esse território do desconhecido.
A senhora do reino da morte
é, como elemento, a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e
esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada
de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do
Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e
Xangô, por exemplo.
Muitos são portanto os
mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através dela são
modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá
acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de
um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é
considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura
austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de
alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como
testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto,
implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus
filhos-de-santo e de quem a invoca em geral sempre a mesma relação austera que
mantém com o mundo.
Nanã forma par com Obaluaiê.
E enquanto ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que
irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o material
(encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo
energético ao tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está
sendo gerado, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação.
Este mistério divino que
reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o "Senhor
das Passagens" de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã,
envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos
os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma
nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso
que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se
esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de
atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o
raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não
interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela
é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a
sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim
está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.
Esta grande Orixá, mãe e
avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem o
domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas
águas.
Quando
dança no Candomblé, ela faz com os braços como se estivesse embalando uma
criança. Sua festa é realizada próximo do dia de Santana, e a cerimônia se
chama Dança dos Pratos.
Origem
Nanã, é um Orixá feminino de
origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia iorubá, quando o
povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando
sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já
estabelecida.
Resumindo esse processo
cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os
Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã
(mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando
a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é original
da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não existia. Os
mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral
que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa
cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos
anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá.
É neste contexto, a primeira
esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou
Obaluaiê) e Oxumarê.
Características
Cor
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Roxa ou Lilás
(Em algumas casas:
branco e o azul)
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Fio de Contas
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Contas, firmas e miçangas de cristal lilás.
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Ervas |
Manjericão
roxo, colônia, canela de velho, salsa da praia, Manacá. (Em algumas casas: assa peixe, cipreste, erva macaé, dália
vermelho escura, folha de berinjela, folha de limoeiro, manacá, quaresmeira,
rosa vermelho escura, tradescância) |
Símbolo
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Chuva.
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Pontos da Natureza
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Lagos, águas profundas, lama, cemitérios, pântanos.
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Flores
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Todas as flores roxas.
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Essências
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Lírio, Orquídea, limão, narciso, dália.
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Pedras
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Ametista, cacoxenita, tanzanita
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Metal
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Latão ou Níquel
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Saúde
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Dor de cabeça e Problemas Intestino
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Planeta
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Lua e Mercúrio
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Dia da Semana
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Sábado (Em
algumas casas: Segunda)
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Elemento
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Água
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Chakra
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Frontal e Cervical
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Saudação
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Saluba
Nanã
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Bebida
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Champanhe
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Animais
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Cabra, Galinha ou Pata. (Brancas)
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Comidas
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Feijão Preto com Purê de Batata doce. Aberum.
Mungunzá
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Numero
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13
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Data Comemorativa
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26 de julho
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Sincretismo:
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Nossa Senhora Santana
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Incompatibilidades:
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Lâminas, multidões.
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Qualidades:
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Ologbo,
Borokun, Biodun, Asainán, Elegbe, Susure
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Atribuições
A orixá Nanã rege sobre a
maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua
decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova "vida",
já mais equilibrada .
As
Características Dos Filhos De Nanã
Uma pessoa que tenha Nanã
como Orixá de cabeça, pode levar em conta principalmente a figura da avó:
carinhosa às vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas
também ranzinza, preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando
os outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos
incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo,
tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito
mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos
que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã,
através de seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre
tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.
Às vezes porém, exige
atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não
consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam
por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o
tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem
aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela.
Suas reações bem equilibradas
e a pertinência das decisões, mantém-nas sempre no caminho da sabedoria e da
justiça.
Todos esses dados indicam
também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da
sociedade, desejarem a volta de situações do passado, modos de vida que já se
foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são
aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova
moralidade, etc.
Quanto à dados físicos, são
pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente
têm.
Os filhos de Nanã são calmos
e benevolentes, agindo sempre com dignidade e gentileza. São pessoas lentas no
exercício de seus afazeres, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse
durar uma eternidade. Muito afeiçoadas às crianças, educam-nas com ternura e
excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a indulgência das
avós. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas
sempre no caminho da sabedoria e da justiça, com segurança e majestade.
O tipo psicológico dos
filhos de NANÃ à introvertido e calmo. Seu temperamento é severo e austero.
Rabugento, é mais temido do que amado. Pouco feminina, não tem maiores
atrativos e à muito afastada da sexualidade. Por medo de amar e de ser
abandonada e sofrer, ela dedica sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição
social.
Cozinha
ritualística
Canjica branca
Canjica branca cozida, leite
de coco. Colocar a canjica em tigela de louça branca, despejando mel por cima,
e uvas brancas, se desejar.
Berinjela com
inhame
Berinjela aferventada e
cortada verticalmente em 4 partes; Inhames cozidos em água pura, com casca, e
cortados em rodelas.; Arrumados em um alguidar vidrado, regado com mel.
Sarapatel
Lava-se miúdos de porco com água
e limão. Corta-se em pedaços pequenos e tempera-se com coentro, louro, pimenta
do reino, cravos da índia, caldo de limão e sal. Cozinha-se tudo no fogor.
Quando tudo estiver macio, junta-se sangue de porco e ferve-se. Sirve-se,
acompanhado de farinha de mandioca torrada ou arroz branco.
Paçoca de
amendoim
Amendoins torrados e moídos
misturados com farinha de mandioca crua, açúcar e uma pitada de sal.
Efó
Ferve-se 1 maço bem grande
de língua de vaca, espinafre ou beterraba. Depois amassar até virar um purê; Passa-se
por uma peneira e espalhe a massa para evaporar toda a água; Depois de seca,
coloca-se numa panela, junto com azeite de dendê, camarões secos, pimenta do
reino, cebola, alho e sal. Cozinha-se com a panela tampada e em fogo baixo; É
servido com arroz branco.
Aberum
Milho torrado e pilado.
Obs. Nanã também recebe:Calda
de ameixa ou de figo; melancia, uva, figo, ameixa e melão, tudo depositado à
beira de um lago ou mangue.
Lendas
de Nanã
Dizem que quando Olorum
encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários
caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem
logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra,
mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou
azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu
socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama
sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro
de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixá povoou a Terra. Mas tem um dia
que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à
natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo
o que é seu.
ILÉ YORIMÁ*
Você Aprendeu:
Sobre a Orixá Nanã; As principais características de
Nanã; Quais suas atribuições; As características dos filhos de Nanã; As comidas
oferecidas à Nanã; Algumas Lendas de Nanã.
YEMANJÁ
Yemanjá
Deusa da nação de Egbé,
nação esta Iorubá onde existe o rio Yemojá (Yemanjá). No Brasil, rainha das
águas e mares. Orixá muito respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos
os Orixás Iorubanos, enquanto a maternidade dos Orixás Daomeanos é atribuída a
Nanã. Por isso à ela também pertence a fecundidade. É protetora dos pescadores
e jangadeiros.
Comparada com as outras divindades do panteão
africano, Yemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais
conhecidas nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela
imprensa, pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de
iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé.
Pelo sincretismo, porém,
muita água rolou. Os jesuítas portugueses, tentando forçar a aculturação dos
africanos e a aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos,
procuraram fazer casamentos entre
santos cristãos e Orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos.
Para Yemanjá foi reservado o
lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante que as outras divindades femininas, o que foi
assimilado em parte por muitos ramos da Umbanda.
Mesmo assim, não se nega o
fato de sua popularidade ser imensa, não só por tudo isso, mas pelo caráter, de
tolerância, aceitação e carinho. É uma das rainhas das águas, sendo as duas
salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus
filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o
mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos
devotos.
São extremamente concorridas
suas festas. É tradicional no Rio de Janeiro, em Santos (litoral de São Paulo)
e nas praias de Porto Alegre a oferta ao mar de presentes a este Orixá,
atirados à morada da deusa, tanto na data específica de suas festas, como na
passagem do ano. São comuns no reveillon as tendas de Umbanda na praia, onde
acontecem rituais e iniciados incorporam caboclos e pretos-velhos, atendendo a
qualquer pessoa que se interesse.
Apesar dos preceitos
tradicionais relacionarem tanto Oxum como Yemanjá à função da maternidade, pode
estabelecer-se uma boa distinção entre esse conceitos. As duas Orixás não
rivalizam (Yemanjá praticamente não rivaliza com ninguém, enquanto Oxum é
famosa por suas pendências amorosas que a colocaram contra Iansã e Obá). Cada
uma domina a maternidade num momento diferente.
A majestade dos mares,
senhora dos oceanos, sereia sagrada, Yemanjá é a rainha das águas salgadas,
regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também de Deusa das Pérolas,
é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento de nascimento.
Numa Casa de Santo, Yemanjá
atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa
convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando
sentimento de irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se
conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para
filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Babalorixás (Pais no Santo)
ou Ialorixás (Mães no Santo) com os Filhos no Santo. A necessidade de saber se
aquele que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Yemanjá,
que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo,
principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou
amigo muito querido. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a
salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.
É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo do seu reino. É ela quem controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o maremoto. Protege a vida marinha. Junta-se ao orixá Oxalá complementando-o como o Princípio Gerador Feminino.
Características
Cor
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Cristal. (Em
algumas casas: Branco, azul claro. também verde claro e rosa claro)
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Fio de Contas
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Contas e Missangas de cristal. Firmas cristal.
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Ervas |
Colônia,
Pata de Vaca, Embaúba, Abebê, Jarrinha, Golfo, Rama de Leite (Em
algumas casas: aguapé, lágrima de nossa, araçá da praia, flor de laranjeira,
guabiroba, jasmim, jasmim de cabo, jequitibá rosa, malva branca, marianinha -
trapoeraba azul, musgo marinho, nenúfar, rosa branca, folha de leite) |
Símbolo
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Lua minguante, ondas, peixes.
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Pontos da Natureza
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Mar.
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Flores
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Rosas brancas, palmas brancas, angélicas, orquídeas,
crisântemos brancos.
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Essências
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Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo.
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Pedras
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Pérola, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa.
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Metal
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Prata.
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Saúde
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Psiquismo, Sistema Nervoso.
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Planeta
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Lua.
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Dia da Semana
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Sábado.
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Elemento
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Água
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Chakra
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Frontal
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Saudação
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Odô iyá,
Odô Fiaba
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Bebida
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Água Mineral ou Champanhe
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Animais
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Peixes, Cabra Branca, Pata ou Galinha branca.
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Comidas
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Peixe, Camarão, Canjica, Arroz, Manjar; Mamão.
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Numero
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4
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Data Comemorativa
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15 de agosto (Em algumas casas: 2 de
fevereiro, em 8 de dezembro)
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Sincretismo
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Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Glória,
Nossa Senhora dos Navegantes
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Incompatibilidades
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Poeira, Sapo
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Qualidades
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Iemowo, Iamassê, Iewa, Olossa, Ogunté assabá,
Assessu, Sobá, Tuman, Ataramogba, Masemale, Awoió, Kayala, Marabô, Inaiê,
Aynu, Susure, Iyaku, Acurá, Maialeuó, Conlá.
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Atribuições
Essa força da natureza também tem
papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que rege nossos lares,
nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de
um mesmo teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que
vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos
tornando-os coesos. Rege as uniões, os aniversários, as festas de casamento,
todas as comemorações familiares. É o sentido da união por laços consangüíneos
ou não.
As
Características Dos Filhos De Yemanjá
Pelo fato de Yemanjá ser a Criação,
sua filha normalmente tem um tipo muito maternal. Aquela que transmite a todos
a bondade, confiança, grande conselheira. É mãe. Sempre tem os braços abertos
para acolher junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua casa sempre
está aberta para todos, e gosta de tutelar pessoas. Tipo a grande mãe. Aquela
mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus. O homem filho
de Yemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados
com muito amor. Geralmente é calmo e tranqüilo, exceto quando sente-se ameaçado
na perda de seus filhos, isto porque não divide isto com ninguém. É sempre
discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É franco e não
admite a mentira. Normalmente fica zangado quando ofendido e o que tem como
ajuntó o orixá Ogum, torna-se muito agressivo e radical. Diferente é quando o
ajuntó é Oxóssi, aí sim, é pessoa calma, tranqüila, e sempre reage com muita
tolerância. O maior defeito do filho de Yemanjá é o ciúme. É extremamente
ciumento com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua
guarda. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres,
pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais
da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as jóias caras e os tecidos
vistosos e bons perfumes. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de
Oxum, sempre apresentando uma idade maior, mais responsáveis e decididos do que
os filhos da Oxum. A força e a determinação fazem parte de suas
características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de
algum formalismo. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem
obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a dia, sem grandes planos
para atividades a longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à
hierarquia, Yemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos
demoram a confiar em alguém, e quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no
seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a
completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande
capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas. Não esquecem uma ofensa ou
traição, sendo raramente esta mágoa esquecida. Um filho de Yemanjá pode
tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las
jamais. Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia
de corpo, um olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da sereia).
Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Yemanjá se mostram
mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas.
A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o
sentido da amizade e do companheirismo.
São pessoas que não gostam de viver
sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso
casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis,
preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos
que fazem do cotidiano.
Todos esses dados nos apresentam
uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao
mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com
grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem
tudo são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o
filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o
cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Gostam de testar
as pessoas.
Cozinha
ritualística
Canjica branca
Canjica branca cozida, leite
de coco. Colocar a canjica em tigela de louça branca, despejando mel por cima,
e uvas brancas, se desejar.
Canjica Cozida
Refogada com azeite doce,
cebola e camarão seco.
Manjar do Céu
Leite, maizena, leite de
coco, açúcar
Sagu com leite
de coco
Colocar o sagu de molho em
água pura de modo a inchar, depois de inchado, retirar a água e levar ao fogo
com leite de coco, de modo a fazer um mingau bem grosso, colocar em tigela de
louça branca.
Lendas
de Yemanjá
Yemanjá teve muitos problemas com
os filhos. Ossain, o mago, saiu de casa muito jovem e foi viver na mata virgem
estudando as plantas. Contra os conselhos da mãe, Oxossi bebeu uma poção dada
por Ossain e, enfeitiçado, foi viver com ele no mato. Passado o efeito da
poção, ele voltou para casa mas Yemanjá, irritada, expulsou-o. Então ogum a
censurou por tratar mal o irmão. Desesperada por estar em conflito com os três
filhos, Yemanjá chorou tanto que se derreteu e formou um rio que correu para o
mar.
Yemanjá foi casada com Okere. Como
o marido a maltratava, ela resolveu fugir para a casa do pai Olokum. Okere
mandou um exército atrás dela mas, quando estava sendo alcançada, Yemanjá se
transformou num rio para correr mais depressa. Mais adiante, Okere a alcançou e
pediu que voltasse; como Yemanjá não atendeu, ele se transformou numa montanha,
barrando sua passagem. Então Yemanjá pediu ajuda a Xangô; o orixá do fogo
juntou muitas nuvens e, com um raio, provocou uma grande chuva, que encheu o
rio; com outro raio, partiu a montanha em duas e Yemanjá pôde correr para o
mar.
Exu, seu filho, se encantou por sua
beleza e tomou-a a força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, e bravamente
Yemanjá resistiu à violência do filho que, na luta, dilacerou os seios da mãe.
Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu “saiu no mundo” desaparecendo no
horizonte. Caída ao chão, Yemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena
que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokum e ao criador
Olorum. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi
saindo dando origem aos mares. Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da
mesa dos orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo
juntar-se aos outros na corte.
Por isso Yemanjá é representada na
imagem com grandes seios, simbolizando a maternidade e a fecundidade.
ILÉ YORIMÁ*
ILÉ YORIMÁ*
Você Aprendeu:
Sobre a Orixá Yemanjá; As principais características
de Yemanjá; Quais suas atribuições; As características dos filhos de Yemanjá;
As comidas oferecidas à Yemanjá; Algumas Lendas de Yemanjá.
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