quarta-feira, 20 de setembro de 2017

SACRAMENTO DE UMBANDA: BATISMO

A Umbanda é uma religião e por sê-la possui sacramentos, substantivo que tem origem no latim sacramentum e que significa um juramento. Dentro de nossa religião possuímos o sacramento de Batismo (Apresentação), Batismo dos Médiuns (Cruzamento), Casamento, Confirmação de Médium e Coroação de Médiuns.
Algumas coisas se misturam aqui ou ali, em parte são sacramentos abertos a todos e outros são só para médiuns que atuam na corrente mediúnica. Além disto, cada casa tem seu ritual muito específico no que diz respeito sobre essas práticas. Inclusive alguns até mesmo deixaram de praticá-las e outros incluíram elementos advindos de religiões de matriz africana, como Candomblé, aumentando o número de sacramentos.
Dentro do meu ponto de vista, são inclusões que não deveriam estar lá, mas respeito aqueles que os fazem, ponderando sempre com a ressalva de que não são sacramentos umbandistas e sim de outras religiões. Logo, uma pessoa “raspada no santo” não terá sentido ou mais força dentro da Umbanda, pois é um sacramento de outra religião. Pode interferir nas casas que tem mais afinidade com a influência africanista porém não é algo fundamental para prática da Umbanda e em um terreiro que “toca” puramente Umbanda, não teria o propósito ter um ritual advindo de outra religião.
Nessa série de artigos nos propomos a comentar os sacramentos e para isso entrevistamos diversos dirigentes espirituais com vertentes diferentes, incluindo os dirigentes da Casa de Caridade Nossa Senhora Aparecida, na qual eu trabalho. Devemos respeitar todos os pontos de vista aqui expostos, cada um com seu fundamento. A proposta é que seja demonstrada a diversidade da Umbanda e o respeito mútuo que deve haver entre todas as vertentes, cada um praticando do seu jeito.
Vamos iniciar a apresentação dos sacramentos através daquele que pode ser considerado o mais popular: O Batismo.

Origem do Batismo

O origem do batismo se perde com a origem dos ritos cristãos, apesar de haver relatos de ritos de passagem também em diversas religiões anteriores ao Cristianismo, o batismo se tornou quase sinônimo de ser cristão. Isso se dá pela simbologia de ter o próprio pilar central do Cristianismo, Jesus Cristo, sendo batizado nas águas do Rio Jordão, por seu primo São João Batista.
O Batismo tem, ao menos na Igreja Cristã, a função de demonstrar que aquela pessoa é um “filho-de-Deus” sendo membro da Santa Igreja e assim tendo seu caminho para a salvação eterna em ampla margem para ele conquistar. As águas sagradas – de um rio ou outro corpo de água consagrado – é geralmente aspergida ou o adepto é mergulhado nas mesmas, para limpar-se das impurezas. No batismo cristão – principalmente o católico – é comum que os pais escolham a religião e por consequência definam o ritual de batismo, sem o concurso da criança. O próprio termo Batismo, deriva do latim baptismus que em uma tradução livre pode significar lavar-se.
O batismo é um sacramento (conjunto de rituais sagradas de uma religião) na Igreja Católica, na Igreja Luterana e na Igreja Reformada. Sem o batismo a alma da pessoa está condenada a vagar em limbo (purgatório) ou ir ao inferno, segundo as crenças cristãs. Há uma lenda brasileira que conta que o Lobisomem vem atrás dos filhos não batizados das pessoas, e que só para de atormentá-los (quando se salvam de serem devorados) após deixarem de ser pagãos, ou seja, de se batizarem em fé cristã. A Igreja Católica – pelo menos em tese – aceita batismos de outra igrejas Cristãs, por admitir que o mesmo vem diretamente de Deus, sem necessariamente estar atrelado ao sacerdote ou a denominação, desde que seja cristã.
O rito essencial deste sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” – Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC), n. 256
Segundo a crença cristã é por meio do batismo que o ser humano encontra a salvação por ter sido perdoado do pecado original e de todos os pecados pessoais. Aqui eu fico um pouco confuso, pois o cristão (católico, ao menos) ainda deve confessar-se ao menos uma vez ao ano para expiar seus pecados, porém se ele já foi perdoado no inicio da vida, dá a entender que ele pode errar o quanto foi, que ainda encontrará a salvação. Há uma outra visão que diz que uma vez perdoado a pessoa não tem direitos a errar mais, porém isso vai contrário ao sacramento da confissão de qualquer forma. O Batismo ainda também confere ao batizado os sete dons do Espírito Santo, que são: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Ciência, Piedade, Fortaleza e Temor a Deus.
Há ainda a crença dos batismos espontâneos ou por desejo, que seriam aqueles que mesmo sem conhecer Jesus Cristo, por meio da sinceridade e do bom coração, buscam a Deus em obras e se esforçam para cumprir a Vontade do Criador, alcançando a Graça..
Dentre os elementos que compõe o batismo, a água é a mais representativa e simboliza a pureza. Porém, encontramos nos textos sagrados diversas formas de batismos, por exemplo: batismo com água e cinzas, batismo com sangue, batismo com óleo, batismo com o Espírito Santo e batismo com fogo. Outro fato significativo é que qualquer pessoa que tenha recebido o sacramento do batismo pode passá-lo adiante e batizar um outro ser humano.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28:19,20...


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