quarta-feira, 17 de maio de 2017

VAMPIRISMO SEXUAL

Vampirismo é um tipo de obsessão no campo das viciações sensoriais e essa denominação decorre de sua principal característica, que é a sucção de energias vitais da vítima por esses obsessores.

Equipe Consciência Espírita

Em seu livro Mediunidade, no capítulo VIII, o jornalista, escritor, filósofo e professor J. Herculano Pires, tratando dos problemas da obsessão, faz referências à existência de certas formas de vampirismo, como a sexual, que viola princípios morais e religiosos. Estudada pelos estudiosos e pesquisadores, mas muito pouco tratada no espiritismo em virtude do escândalo que provoca, muitas vezes causando perturbações a criaturas simples ou excessivamente sensíveis.


As três categorias de obsessão

Para compreendermos esse delicado e urgente assunto é necessário conhecer algo do mecanismo das perturbações espirituais. “A obsessão é uma infestação da alma, semelhante à infecção do corpo carnal, produzida por vírus e bactérias”, compara o professor.

Kardec classificou a obsessão em três categorias: obsessão simples, subjugação e fascinação. “O primeiro tipo se caracteriza por perturbações mentais e alterações de comportamento, sem muita gravidade. O segundo, pelo domínio do corpo, produzindo-lhe os chamados tiques nervosos e sujeitando-o a atitudes ridículas em público. O terceiro consiste no domínio hipnótico de corpo e alma, através de um processo de fascinação que deforma a personalidade”, lembra Herculano Pires.


Viciações sensoriais

No caso do vampirismo trata-se de “um tipo de obsessão no campo das viciações sensoriais e essa denominação decorre de sua principal característica, que é a sucção de energias vitais da vítima por esses obsessores”. Já no vampirismo sexual a ligação perturbadora por parte do obsedado se dá com espíritos inferiores que se deixaram arrastar nos delírios da sensualidade e continuam nessa situação após a morte.
Modalidade grave de perturbação espiritual, “o vampirismo sexual pode reduzir o obsedado à inutilidade, afetando-lhe o cérebro e o sistema nervoso, tirando-lhe toda disposição para atividades sérias”. Traduz-se em incontáveis “casos de sexualidade mórbida, exasperada pela atividade dos vampiros”, enfatiza.


Uma parceria sinistra

Para mostrar a complexidade do problema, que acomete tanto héteros quanto homossexuais, o professor Herculano Pires relata um fato ocorrido com um jovem recém saído da adolescência. O caso foi testemunhado por ele próprio e bem ilustra o quanto o vampirismo é uma parceria sinistra.
Conta ele:
“Um jovem de pouco mais de vinte anos procurou-nos para expor o seu caso. Começou dizendo em lágrimas, de mãos trêmulas: ‘Sou um desgraçado que goza mais do que muitos rapazes felizes. Toda noite sou procurado em meu leito por uma deidade loira e belíssima, extremamente amorosa, que se entrega a mim. É uma criatura espiritual, bem sei, e não quero aceitá-la, mas não posso repeli-la. Após, ela desaparece como nos contos de fadas e eu me levanto e grito por ela em tamanho desespero que acordo os vizinhos. Todos pensam que sou um sonâmbulo ou um louco. Ajude-me, por piedade!’”

Relata o professor que o caso vinha de longe, desde os 16 anos. A jovem lhe aparecera pela primeira vez como sua filha de outra encarnação. Na verdade,“essa referência filial era um embuste”, observa o professor, um engodo“destinado a aumentar as sensações com o excitante do pecado. Seis anos depois o reencontro por acaso. Fugira envergonhado pela confissão e com medo de que o libertássemos da obsessão. Mas já parecia um velho, cada vez mais trêmulo e de cabelos precocemente grisalhos. Prometeu ir ao centro que lhe indicamos, mas não foi. O vampirismo o exauria e deve tê-lo levado a morte precoce.”

Esclarece o professor que casos desta espécie são mais freqüentes do que geralmente supomos, mas permanecem em sigilo. “A situação de ambivalência da vítima auxilia o vampirismo destruidor”, lamenta.


Tendências, desvios e provações

Segundo Herculano Pires, tendências e desvios sexuais têm procedências diversas e suas raízes genésicas podem vir de profundidades insondáveis. Ele pondera que “a própria filogênese do sexo, que começa aparentemente no reino mineral, passando ao vegetal e ao animal, para depois chegar no homem, apresentando enorme variação de formas, inclusive a autogênese dos vírus e das células e a bissexualidade dos hermafroditas, justifica o aparecimento de desvios sexuais congênitos”.

Mais próximos de nós nas linhas de hereditariedade germinal cita “os ritos da virilidade de antigas civilizações entre as quais a Grécia e a Roma arcaicas, onde em várias épocas esses ritos vigoraram de maneira obrigatória, como em Esparta, onde os efebos, adolescentes, deviam receber a virilidade transmitida por homens adultos e viris através da prática homossexual”.

No entender de Herculano Pires esses episódios fornecem elementos possíveis de explicação para o fenômeno dos desvios sexuais, uma vez que as sensações dessas experiências vivenciadas, além da hereditariedade filogenética, se gravam, de maneira mais ou menos intensa, nas estruturas supersensíveis do perispírito, projetando-se em formas dinâmicas na memória profunda ou inconsciente. “Essas formas sensoriais podem aflorar na afetividade atual, atraídas por sensações afins, no processo do associacionismo sensorial. Tudo, isso, entretanto, não elimina a tendência à normalidade da espécie, principalmente num sistema básico como a da reprodução”, reflete Herculano.

Influências espirituais perturbadoras no homossexualismo adquirido
Para o filósofo, no entanto, a maioria dos casos do chamado homossexualismo adquirido, senão todos, provém de atuação obsessiva de entidades atormentadas, entregues aos desvarios dos instintos inferiores, que potencializam as tendências de suas vítimas. Mas acrescenta: “a responsabilidade não é só dessas entidades, é também das vítimas que, de uma forma ou de outra, se deixaram dominar pelos primeiros impulsos obsessivos ou até mesmo provocaram a aproximação das entidades”.

Em vários casos dessa natureza há ainda os motivos de provação, “decorrentes de atrocidades praticadas no passado pelas vítimas atuais, que são agora colocadas na mesma posição em que colocaram criaturas inocentes em encarnações anteriores”, segundo os mecanismos de ação e reação das leis divinas.

É necessário transcender a visão parcial e materialista dos problemas sexuais, que tem suas raízes no espírito reencarnado

“A lei de causa e efeito, o carma da terminologia indiana, colhe suas vítimas geralmente no período da adolescência, quando essas ocorrências são mais favorecidas pela crise de transição da idade. Mas também há casos ocorridos na idade madura e na velhice, dependentes, ao que parece de crises típicas desses períodos. Nos casos chamados de perversão constitucional a presença dos obsessores não está excluída, pois eles são fatalmente atraídos e ligam-se às vítimas excitando-lhes as sensações e agravando-lhes a perturbação”, observa o professor Herculano Pires.

Uma vez que as tendências anormais (estando elas enraizadas no espírito reencarnado) aparecem como conseqüências de faltas ou crimes dos indivíduos que as sofrem, sempre com a finalidade de superá-las na encarnação presente, a meta deve ser jamais entregar-se ao dar vazão deliberada a essas tendências e desvios.

O vampirismo cessa no momento em que o obsedado se dispõe a reintegrar-se em si mesmo

E aqui, uma importante observação é feita por Herculano: “a objeção psiquiátrica e psicológica de que a repressão produz recalques, frustrações, traumas e outras conseqüências desastrosas para o indivíduo provêm da visão parcial do problema no campo materialista. Todas as vitórias do homem no sentido de seu ajustamento às condições normais da espécie são recompensadas com a tranqüilidade proporcionada pelo ajuste, eliminando a inquietação do desajuste. Um ser bem integrado em sua espécie corresponde à ordem natural da realidade e às exigências de transcendência de sua própria existência”.

Nesse sentido, orienta o professor que “o vampirismo cessa no momento em que o obsedado se dispõe a reintegrar-se em si mesmo, na posse de sua personalidade, não aceitando sugestões e infiltrações de vontade estranha em sua vontade pessoal e soberana”.


Os direitos do ser espiritual em evolução

Uma vez que tanto lutamos por fazer valer os direitos humanos, Herculano vai além, conclamando os espíritas a refletirem sobre a problemática do vampirismo, implícito nos lamentáveis desvios da sexualidade que, desafortunadamente, vem drenando moral e espiritualmente indivíduos e famílias inteiras em todos os segmentos da sociedade contemporânea: “Cabe aos espíritas, que conhecem a outra face da existência, medir a distância qualitativa entre o entregar-se às forças negativas do passado, como escravos de uma situação miserável entre os homens, e o ato de empossar-se nos seus direitos de criatura humana em evolução, avançando na direção dos anseios superiores da sua consciência humana”.

E acrescenta: “A psiquiatria materialista, que desconhece os processos dinâmicos do espírito, pode considerar esses casos como irremediáveis e recorrer ao processo escuso de normalizar o anormal. Mas o espiritismo nos fornece os recursos do esclarecimento científico e racional do problema”.


Auxílio dos centros e grupos espíritas idôneos

O professor Herculano Pires nos leva a refletir que “nos centros e grupos espíritas bem orientados, as perturbações espirituais de ordem sexual são tratadas de maneira especial, em pequenas reuniões privativas, com médiuns que disponham de condições para enfrentar o problema. Como no caso das obsessões alcoólicas, toxicômanas e outras do mesmo gênero, é necessário o máximo cuidado na seleção das pessoas que vão tratar do assunto e o maior sigilo e respeito, a fim de evitar-se o prejuízo dos comentários negativos, que influem fatalmente sobre o caso, provocando agravamentos inesperados da situação das vítimas”.


Despertando a vontade anestesiada

Herculano ainda relata um penoso caso por ele acompanhado de homossexualidade adquirida em que o obsedado reintegrou-se após dez anos de luta solitária, conscientizando-se de seu problema, esforçando-se em superá-lo através da terapêutica espírita e do recolhimento fortalecedor da prece.

Segundo relatou ao professor, sua mãe, já desencarnada, o auxiliava através de aparições periódicas, sem nada dizer, mas de olhos cheios de lágrimas.“Graças a essa ajuda materna conseguiu despertar a sua vontade anestesiada e livrar-se das tentações vampirescas”.

Comenta ainda Herculano que esse companheiro tornou-se espírita e casou-se. Hoje freqüenta regularmente um centro espírita em São Paulo e se interessa especialmente pelos casos de vampirismo. “Quer pagar com o seu auxílio aos outros o benefício imenso que recebeu. Ninguém sabe nada do seu passado infeliz e todos o consideram e estimam. Não foi esse o caso de Madalena, que Jesus socorreu e transformou na primeira testemunha da sua ressurreição?”questiona o professor.


Conclusão

Referindo-se aos recursos espíritas nos casos de vampirismo, conclui Herculano que graças a essa luz divina no campo da comunicação — que é a mediunidade — “as mães sofredoras, que deixaram filhos no mundo em resgates dolorosos, conseguem socorrê-los e libertá-los de provas esmagadoras, que os homens, em geral, só sabem aumentar e agravar”.

E dirigindo-se aos médiuns que laboram anônima e desinteressadamente nas casas espíritas, enfatiza: “Os médiuns precisam conhecer esses episódios emocionantes, para compreenderem o esplendor secreto de sua missão e a utilidade superior e humilde do mediunato que lhes foi concedido. Chegou a hora em que esses fatos secretos devem ser proclamados de cima dos telhados, segundo a previsão de Jesus registrada nos Evangelhos. Mais do que nunca se comprova o adágio: ‘Ajuda-te e o Céu te ajudará".


VELAS

Que a paz de Oxalá esteja com todos!


Bem Vela é um tema muito extenso, pois há va´rios tipos, cores, e propósitos em acender uma vela tentarei deixar aqui descrito algumas coisas, o texto que usei de base foi do blog, Espada de ogum, com alguns acréscimos.

A vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos da Umbanda. Ela está presente no Congá, nos Pontos Riscados, nas oferendas e em quase todos os trabalhos de magia; Quando um umbandista acende uma vela, mal sabe que está abrindo para sua mente uma porta interdimensional, onde sua mente consciente nem sonha com a força de seus poderes mentais;A vela funciona na mente das pessoas como um código mental. Os estímulos visuais captados pela luz da chama da vela acendem, na verdade, a fogueira interior de cada um, despertando a lembrança de um passado muito distante, onde seus ancestrais, sentados ao redor do fogo,tomavam decisões que mudariam o curso de suas vidas; A vela desperta nas pessoas que acreditam em sua força mágica uma forte sensação de poder. Ela funciona como uma alavanca psíquica, despertando os poderes extra-sensoriais em estado latente; Uma das várias razões da influência mística da vela na psique das pessoas é a sensação de que ela, através de sua chama, parece ter vida própria. Embora, na verdade, saibamos, através do ocultismo, que o fogo possui uma energia conhecida como espíritos do fogo ou salamandras. Muitos umbandistas acendem velas para seus Guias de forma automática, num ritual mecânico, sem nenhuma concentração. É preciso muita concentração e respeito ao acender uma vela, pois a energia emitida pela mente do médium irá englobar a energia do fogo e, juntas, irão vibrar no espaço cósmico, para atender a razão da queima dessa vela; Sabemos que a vida gera calor e que a morte traz o frio. Sendo a chama da vela cheia de calor, ela tem um amplo sentido de vida, despertando nas pessoas a esperança, a fé e o amor.


Toda vela deve ter um propósito e esta deve ser emantada, pois acender uma vela sem nenhuma reza, é queimar parafina de bobeira, uma forma conhecida da imantação é segura-lá com as duas palmas das mãos, com os dedos esticados e juntos, parecida com a posição das mãos nas imagens da Virgem Maria, pois em cada dedo da mão temos um elemento como vemos na imagem ao lado. Oxossí o senhor dos caboclos comanda o elemento ar, note que alguns caboclos ficam com as mãos em formatos de flecha com o indicador ereto, que é o dedo do elemento ar.

Na posição de imantação temos a perfeita harmonia dos 4 elementos sobre a vela com o comando do éter que é a energia pura de Oxalá.


VELAS QUEBRADAS OU USADAS
Nos trabalhos de Umbanda existe uma grande preocupação com o uso de velas virgens, ou que não estejam quebradas. A principio, pensei tratar-se de mera superstição, mas depois compreendi que a vela virgem estava isenta da magnetização de uma vela usada anteriormente evitando assim um choque de energias, que geralmente anula o efeito do trabalho de magia. No caso da vela quebrada encontrei um componente supersticioso: psicologicamente, a pessoa acredita que um trabalho perfeito precisa de instrumentos perfeitos. Se o trabalho obtiver sucesso, o detalhe da vela quebrada não será notado: mas, se falhar, será tido como principal fator de seu fracasso o fato de a vela estar quebrada. Mas não há problema algum em usar essas velas para acender cachimbos.


FÓSFORO OU ISQUEIRO

Em muitos Terreiros existe uma recomendação para só se acenderem velas com palitos de fósforos, evitando acendê-las com isqueiro ou em outra vela acesa. Normalmente, os Terreiros fazem uso de pólvora, chamada de fundanga, nos trabalhos de descarrego. O enxofre que a pólvora contém também está presente nos palitos de fósforo. Ao entrar em combustão, a chama repentina, dentro de um ambiente místico, provoca uma reação psicológica muito eficiente, além de alterar momentaneamente a atmosfera ao seu redor, devido à sua composição química, em contato com o ar. A mente do médium capta essas vibrações, que funciona como um comando mental, autorizando-a a aumentar seu próprio campo vibratório, promovendo desta forma uma limpeza psíquica no ambiente. Outra questão a ser lembrada é que a combustão do fósforo é mais forte e alta do que a combustão do isqueiro, assim a um choque energético maior.


VELA DE SETE DIAS
Na Umbanda, alguns médiuns ficam em dúvida sobre se a vela de sete dias tem a mesma eficiência de sete velas normais. Sabemos de acordo com a psicologia, que um comportamento pode ser modificado através do reforço. No fato de se acender uma vela isoladamente não há nenhum tipo de reforço que se baseia na repetição. Assim, ao acender uma vela durante sete dias, as pessoas são reforçadas diariamente em sua fé e, repetindo os pedidos, dentro desse ritual de magia, ficam realmente com maiores probabilidades de despertar a própria mente e alcançar os seus propósitos. Na prática, constamos que dificilmente uma vela de sete dias queima durante todo esse tempo. As velas de sete dias são mais usadas numa consagração, segurança de um rito ou na cura pois fica uma vigilância e emanações durante sete dias, já a vela de hora ou palito, serve mais para um chamado ou descarrego.


VELAS COLORIDAS
A vela tem sua chama pulsante como qualquer lâmpada, esses pulsos ranmistem a energia do pedido emanado na vela, o uso de velas coloridas é uma emanação da energia da cor do Orixá, por exemplo Ogum, sua energia é de cor vermelha então acende-se a vela desta cor para que emane essa cor juntamente com a energia deste Orixá. Lembrando que a cor branca é a soma de todas as cores, então ode substituir qualquer vela. segue abaixo uma tabela de velas coloridas e seus fins.

Vela Branca- Oxalá, Médicos, Linha do Oriente, Anjo da Guarda, pode ser usada para qualquer fim.
Vela Azul Clara- Iemanjá. Linha das águas, Alguns Guerreiros da linha de Ogum (Beira-mar, Sete-ondas), algumas crianças,Marinheiros,também é usada para acalmar uma situação.

Vela Rosa- Ibeji, cosminhos, esta cor é usada para um pedido de cura, ou para algum trabalho para uma criança encarnada.

Vela Verde- Oxossí, todos os Caboclos, esta vela é usada também para um pedido de aumento da capacidade da pessoa ou sabedoria.

Vela Vermelha- Ogum, Exus, Pomba-Giras, e em alguns casos Xangô como ponte ao elemento fogo. Esta vela também é um pedido para trabalho, abertura dos caminhos, e agitação de alguma situação.

Vela Roxa- Obaluaye, Linha da Cura, alguns pretos-velhos, esta vela é muito usada para um pedido de cura, contra pestes e doenças. O Lilás é usado para Nanã.

Vela Marrom- Xangô, Baianos, é usada para um pedido de justiça.

Vela Amarela- Iansã, Xangô,alguns Baianos, pretos-velhos, é uma vela para iluminar o ambiente, alguns usam para a linha do Orinte também.

Vela Azul Escuro- Oxum, alguns guerreiros de Ogum, serve para pedidos no lado amoroso.

Vela Laranja- É a cor primária de Ogum, alguns Boiadeiros e Baianos usam essa cor.

Vela Preta- Omulu, alguns Exus das almas ( Táta Caveira, Sete Sombras, Exu do Lodo...), esta vela usa-se para a tranformação de uma situação.

Vela Dourada- Linha da Cura ligada a Oxalá

Vela Prateada- Linha da Cura ligada a Iemanjá

Vela Bicolor- São usadas como um pedido que tem duas fases, ou para entidades com linhas cruzadas. Algumas entidades usam velas de cores correspondentes ao Orixá que ela trabalham, por exemplo o Caboclo Rompe-Mato, pode usar vela verde, como a vela vermelha, por trabalhar com o orixá Ogum.

Que Oxalá nos abençoe sempre.

Yemanjá, Oxum, Iansã, Nanã


MÃE NANÃ

A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova "vida", já mais equilibrada .

A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais.

Nanã forma com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos "terra pura", enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos "terra-água". Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna "úmida".

Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.

Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .

Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro.

Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.

Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.

Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.

Nas "linhas da vida", encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres. Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades "água-terra".

Já em seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não lida com eles, que os comente quem lidar, certo?
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Velas brancas, roxas e rosas; champagne rosé, calda de ameixa ou de figo; melancia, uva, figo, ameixa e melão, tudo depositado à beira de um lago ou mangue.

MÃE IANSÃ


lansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos "emocional".

No comentário sobre o orixá Egunitá já abordamos nossa amada mãe lansã. Logo, aqui seremos breves em nosso comentário sobre ela, que também foi analisada no capitulo reservado ao orixá Ogum.

Como dissemos antes, lansã, em seu primeiro elemento, e ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o pólo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações magnéticas são circulares ou espiraladas.

Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica (ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da Justiça, que é uma das sete irradiações divinas.

Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.

lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.

As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o emocional, acelerando suas vibrações.

Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.

Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas:

Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá planetária Iansã.

Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos da orixá planetária Iansã.

Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos princípios da Lei, ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas.

Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.

Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe lansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade.

lansã do Tempo, não tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde serão esgotados. Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é necessário. E isto o Tempo faz muito bem!

Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.

Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de "baixo" do campo santo.

Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (lansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas. Temos:

• uma Iansã do Ar.
• uma Iansã Cristalina.
• uma lansã Mineral.
• uma Iansã Vegetal.
• uma lansã Ígnea.
• uma lansã Telúrica.
• uma lansã Aquática.


Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do imenso campo de ação do mistério "Iansã".

O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e suas consciências desordenadas!

Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a "Senhora dos Ventos".
OFERENDA

Velas brancas, amarelas e vermelhas; champagne branca, licor de menta e de anis ou de cereja; rosas e palmas amarelas, tudo depositado no campo aberto, pedreiras, beira-mar, cachoeiras, etc.





MÃE OXUM


Oxum é o Trono Natural irradiador do Amor Divino e da Concepção da Vida em todos os sentidos. Como "Mãe da Concepção" ela estimula a união matrimonial, e como Trono Mineral ela favorece a conquista da riqueza espiritual e a abundância material.

A Orixá Oxum é o Trono Regente do pólo magnético irradiante da linha do Amor e atua na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união.

Seu elemento é o mineral e, junto com Oxumaré, forma toda uma linha vertical cujas vibrações, magnetismo e irradiações planetárias multidimencionais atuam sobre os seres e os estimula ou paralisa. Em seus aspectos positivos, ela estimula os sentimentos de amor e acelera a união e a concepção.

Não vamos comentar seus aspectos negativos ou punidores dos seres que desvirtuam os princípios do amor ou da concepção.

Na Coroa Divina, a Orixá Oxum e o Orixá Oxumaré surgem a partir da projeção do Trono do Amor, que é regente do sentido do Amor.

Oxum assume os mistérios relacionados à concepção de vidas porque o seu elemento mineral atua nos seres estimulando a união e a concepção.

A energia mineral está presente em todos os seres e também está presente em todos os vegetais. E por isto Oxum também está presente na linha do Conhecimento, pois sua energia cria a "atração" entre as células vegetais carregadas de elementos minerais. Já em nível mental, a atuação pelo conhecimento é uma irradiação carregada de essências minerais ou de sentimentos típicos de Oxum, a concepção em si mesma.

A água doce, por estar sobrecarregada de energia mineral, é um dos principais "alimentos" dos vegetais. Logo, Oxum está tão presente nas matas de Oxóssi quanto na terra de Obá, que são os dois Orixás que pontificam a linha vertical (irradiação) do Conhecimento. A Senhora Oxum do Conhecimento é uma Oxum vegetal pois atua nos seres como imantadora do desejo de aprender.

Saibam que a ciência dos Orixás é tão vasta quanto divina, e está na raiz de todo o saber, na origem de todas as criações divinas e na natureza de todos os seres. É na ciência dos Orixás que as lendas se fundamentam, e não o contrário.
OFERENDA:
Velas brancas, azuis e amarelas; flores, frutos e essência de rosas; champagne e licor de cereja, tudo depositado ao pé de uma cachoeira.







MÃE IEMANJÁ


Vida é existência! Como somos seres espirituais, a vida é uma das vias de evolução do espírito, que é eterno - imortal. A Mãe da Vida - criativa e geradora - é a Divindade Yemanjá, criada e gerada pelo Divino Criador, Olorum, para ser um princípio doador e amparador da vida. Ela atua com intensidade na geração dos seres, das criaturas e das espécies. As características marcantes da Divina Mãe Yemanjá são o amor maternal, a criatividade e a geração. Ela simboliza o amparo, a maternidade que envolve os seres, amparando-os e encaminhando-os diligentemente, protegendo-os até que tenham seus conscienciais despertados, estando aptos a se guiar. A criatividade de Mãe Yemanjá torna os seres, criaturas e espécies capazes de se adaptarem às condições e meios mais adversos. geração irradia essa qualidade a tudo e a todos, concedendo-lhes a condição de se fundirem, para se multiplicar e se repetir. Yemanjá é a amada Mãe da Vida, pois gera vida em si mesma e sustenta o nascimento. Ela é a água que vivifica os sentimentos e umidifica os seres, tornando-os fecundos na criatividade (vida). Ela rege o mar, que é um santuário natural, um altar aberto a todos. Por isso, é chamada "Rainha do Mar", para onde tudo é levado, para ser purificado e depois devolvido. Água é vida. Somos regidos pelas águas, pois tanto o nosso corpo como o nosso planeta são constituídos predominantemente por água. A energia salina das Sete Águas Divinas de Mãe Yemanjá cura enfermidades do espírito, queima larvas astrais resistentes e irradia energias purificadoras para o nosso organismo. O mar é alimentador da vida e irradiador de energias que purificam o planeta e o mantém imantado.Vida é espiritualidade e espiritualização e, portanto, imortalidade. A carne é apenas um meio para evoluirmos. A vida é a vivência das virtudes do espírito, na luz.

Yemanjá, nossa Mãe, Rainha do Mar, Senhora da Coroa estrelada, é a Orixá Maior doadora da vida e dona do ponto de força da natureza, o Mar, santuário aberto, onde tudo é levado para ser purificado e depois devolvido. Ela foi gerada na qualidade criativa e geradora do Criador Olorum e é a criatividade e a geração em si mesma. Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente dita. Yemanjá é a água que nos dá a vida, como uma força divina. O Planeta Terra é na verdade, o planeta água, porque se constitui de três quartos de água. Quando não há água, não há vida, e sem vida nada existe. Yemanjá, a Guardiã do Ponto de Força da Natureza, o Mar, é a Orixá que tem um dos maiores santuários. As pessoas que vivem onde há muita água são mais emotivas. Quem vive à beira-mar absorve uma irradiação marinha muito forte. Isso o torna mais saudável, menos suscetível a doenças do que quem vive distante do mar. A irradiação marinha, assim como a das matas, é purificadora do nosso organismo. Do mar saem irradiações energéticas salinas que purificam o planeta e energias magnéticas que imantam o globo terrestre, ou o mantém imantado. O mar é um santuário, um altar aberto a todos e regido por nossa mãe Yemanjá, a Rainha do Mar, onde tudo é levado para ser purificado e depois devolvido.  Yemanjá, nossa mãe geradora, a mãe da vida, é em si mesma a qualidade criativa e geradora de Olorum. Ela não é uma deusa, mas é um princípio criativo, doador da vida, que gera a criatividade e a irradia de forma neutra a tudo que vive, dando-lhes a apacidade de se adaptar às condições e meios mais adversos à vida. Também  gera e irradia a qualidade genésica,concedendo a tudo e a todos a condição de se fundir com coisas ou seres afins para multiplicar-se e repetir-se.

A energia salina cura enfermidades do espírito, queima larvas astrais resistentes, irradia energias purificadoras para o nosso organismo. O mar é o melhor irradiador de energias cristalinas; suas águas são condutores naturais de energias elementais, que são concretizações puras de energia. O mar é alimentador da vida. Esta é uma ação permanente. O homem não pode alterá-la e ela não depende do homem para existir ou atuar. É um princípio divino e, como tal, age sobre tudo e todos. À beira-mar, sobre o mar e dentro do mar existe um plano etéreo da vida que é habitado por muito mais seres que na face da terra. A vida ali, atinge a casa das dezenas de bilhões de seres regidos pelo “principio” Yemanjá. O ponto de força do mar, e sua Guardiã, não querem ser vistos apenas como objetos para adoração mística. Querem não ser profanados por aqueles que trazem todos os vícios humanos em seu íntimo. Essas pessoas maculam o mar com aquilo que têm de pior. Por isso o mar é tão fechado em seus mistérios maiores, revelando apenas seus mistérios menores e, assim mesmo, parcialmente. É uma forma de defesa de seus princípios sagrados. Yemanjá é a Mãe da vida e como tudo o que existe só existe porque foi gerado, então, ela está na geração de tudo o que existe. Ela atua na geração dos seres, das criaturas e das espécies. O amor maternal é uma característica marcante dessa divindade, mas, se Yemanjá é uma mãe ciumenta dos seus filhos, também é uma mãe que não perdoa o erro daqueles que vão até seu ponto de força na natureza, os mares para fazer o mal. Olhem para o mar e começarão a descobrir os mistérios da Natureza. Descobrindo o seu encanto e magia, irão conhecer o outro lado da vida. Ao mar, alimentador da vida, se dirigem milhares de espíritos após o desencarne, à procura de paz. Lá encontram um campo vasto para viver em Paz. Simbolicamente, Mãe Yemanjá é representada com a estrela do mar, que é a estrela da geração (vida).

Òrúnmìlá ou Orumilá

A FILA ANDA

Euá era linda e desejada por todos e já tinha idade suficiente para contrair matrimônio , sem que ela decidisse por nenhum dos pretendentes.E a fila estava cada vez maior.
Euá não se decidira por nenhum deles. Secretamente jurara nunca se casar e a qualquer custo manteria a promessa.
Os pretendentes começaram a se digladiar.  Por todo o lado se via sangue e desolação dos pais e mães dos pretendentes mortos e o reino perdia o encanto. Euá, desesperada, foi ao encontro de Orunmilá, pedindo-lhe ajuda.Orunmilá Determinou que ela fizesse determinado ebó. Euá transformou-se em neblina e se espalhou por todo o aiê.


ABUSO

Orixalá sofre frequentemente abusos de sua nora Iansã e de sua própria mulher Iemanjá, que o enganou com um orixá de idade superior Orunmilá, e teve uma filha a Oxum. Esta filha de criação se tornou a favorita e a protegida do pai dos orixás, cozinhando e lavando para ele.


ALTERNATIVA

Nanã Buruku é a divindade das águas, a mais antiga de todas, muito velha e arredia, dona das águas paradas, das lagoas e dos pântanos.             
Certa feita, numa reunião com todos os Imalés, falou-se muito sobre Obatalá, aquele que criou os homens, sobre Orunmilá, o dono do destino dos seres humanos.
Sobre Bará disseram que era um importante mensageiro, e sobre Ogun, que era o mais importante de todos, que era o dono do ferro e dos metais e que sem as ferramentas que ele fazia era impossível plantar, colher, construir ou fazer a guerra. Todos o reverenciaram, menos Nanã Buruku.
Ela se dispôs a provar que não precisava dos metais.
Com as madeiras mais duras da floresta fez cavadeiras para semear e cavar; para caçar, fez flechas de caniço e osso; para cozinhar, panelas de barro; para guerrear, lanças e clavas, facas de bambu e escudos de couro de rinoceronte.
É por isso que não se usam objetos de metal para matar os animais oferecidos a Nanã Buruku.


AMOR E ÓDIO

Xangô seduz Oxum,  raptando-a do palácio de seu pai.
Outras lendas dizem que Xangô tomo-a de Ogum, mas que eles mantiveram uma relação esporádica como amantes.
Iansã foi mulher de Ogum, mas foi embora com Xangô.
Oxum seduziu Iansã, mas logo abandonou-a e temos finalmente a versão de uma relação entre Ogum e Odé, que apesar disto continuaram suas vidas solitárias na floresta.
Iemanjá casou com Orixalá, mas o traiu com Orunmilá.
Xangô casou com Iansã, embora ele detestasse Egum e ela detestava carneiro.


CAMALEÃO

Oduduá vivia insatisfeita com a forma horrível do Aiê.
Tamanha feiúra, irritava-a muito e desencadeava sua cólera. Orunmilá aconselhou-a a deixar o assunto nas mãos artísticas de Euá. Não era tarefa fácil de fazer. Euá começou a pensar como poderia desempenhar as ordens da mãe, mulher sem muita paciência, poderosa e irascível, que não gostava de ser contrariada. Foi ter com Orunmilá, o qual aconselhou-a assumir a forma do camaleão.
Assim, poderia dar conta da tarefa. Dito e feito. Ela se transformou no camaleão e, como tal, aplainou ao máximo a superfície da terra, deixando-a linda, linda e uniforme para o deleite de Oduduá, que ficou encantada e confirmou a filha no papel da Senhora do mimetismo.


CIDADE ESTRANHA

Oxum conheceu o príncipe Odé, cuja a delicadeza e a finura a cativaram, acabaram se casando. O casamento foi muito festejado, mas assim que começaram a vida íntima, Oxum começou a compreender mais profundamente os pensamentos do esposo. Ele queria construir uma cidade destinada a abrigar odadis e alakuatás. Já erguida a cidade, nasceu logum, uma criança hemafrodita. Horrorizada Oxum abandonou a cidade dos odadis. O jovem ficou ali e foi o primeiro a ajudar Orunmilá. Enquanto isso Oxum faz uma viagem em busca de Iemanjá, irmã de sua mãe. Oxum ofereceu-se a sua irmã e aos sacerdotes Iorubás a ir buscar Ogum que estava recluso na mata desde a que perdera a disputa com Xangô por causa da Oiá. Retornando ao palácio de Iemanjá, depois da festa de boas vindas a Ogum, Oxum conheceu Obaluaiê, homem já de certa idade, mas de aspecto majestoso e viril. Oxum e Obaluaiê casaram-se e partiram para a terra de jejes onde Obaluaiê era rei.


O COMEÇO DE TUDO

Obatalá havia reunido todos os materiais necessários à criação do mundo e que mandou a Estrela da Manhã convocar todos os orixás a fim de começar o trabalho com sua ajuda. Mas na hora marcada, apenas Orunmilá apareceu. Obatalá gostou muito da atitude de Orunmilá e o recompensou, ordenando à Estrela da Manhã que revelasse a Orunmilá todos os segredos da criação e do porvir.
E ela entregou a Orunmilá todos os segredos e materiais que compõem a vida humana, e que estavam escondidos há muito tempo dentro de uma concha de caramujo guardada num vaso que ficava entre as pernas de Obatalá. Orunmilá tornou-se, desde este dia, o dono dos segredos, das magias, das fórmulas dos ebós, dos rituais, de tudo quanto envolvia o conhecimento da alma humana e de seu destino.Ele conhece a vontade dos orixás e sabe com que matéria foi feito cada homem.


CONFLITO

Um dia, foram juntas ao mercado Oiá e Oxum, esposas de Xangô, e Iemanjá, esposa de Ogum. Bará entrou no mercado conduzindo uma cabra. Ele viu que tudo estava em paz e decidiu plantar uma discórdia. Aproximou-se de Iemanjá, Oya e Oxum e disse que tinha um compromisso importante com Orunmilá. Ele deixaria a cidade e pediu a elas que vendessem sua cabra por vinte búzios. Propôs que ficassem com a metade do lucro obtido. Iemanjá, Oiá e Oxum concordaram e Bará partiu. A cabra foi vendida por vinte búzios. Iemanjá, Oiá e Oxum puseram os dez búzios de Bará a parte e começaram a dividir os dez búzios que lhe cabiam. Iemanjá contou os búzios. Haviam três búzios para cada uma delas, mas sobraria um. Não era possível dividir os dez em três partes iguais. Da mesma forma Oiá e Oxum tentaram e não conseguiram dividir os búzios por igual.
Aí as três começaram a discutir sobre quem ficaria com a maior parte. Iemanjá disse: “é costume que os mais velhos fiquem com a maior porção. Portanto, eu pegarei um búzio a mais”. Oxum rejeitou a proposta de Iemanjá, afirmando que o costume era que os mais novos ficassem com a maior porção, que por isso lhe cabia. Oyá intercedeu, dizendo que, em caso de contenda semelhante, a maior parte caberia à do meio. As três não conseguiam resolver a discussão. Então elas chamaram um homem do mercado para dividir os búzios de maneira igual entre elas. Ele pegou os búzios e colocou em três montes iguais e sugeriu que o décimo búzio fosse dado a mais velha. Mas Oiá e Oxum, que eram a segunda mais velha e a mais nova, rejeitaram o conselho.
Elas se recusaram a dar a Iemanjá a maior parte. Pediram a outra pessoa que dividisse os búzios. Ele os contou, mas não pôde dividi-los por igual. Propôs que a parte maior fosse dado à mais nova. Iemanjá e Oiá. Ainda um outro homem foi solicitado a fazer a divisão. Ele contou os búzios, fez três montes de três e pôs o búzio a mais de lado, ele afirmou que, neste caso, o búzio extra deveria ser dado àquela que não é nem a mais velha, nem a mais nova, o búzio devia ser dado a Oiá. Mas Iemanjá e Oxum rejeitaram seu conselho, elas se recusaram a dar o búzio extra a Oiá. Não havia meio de resolver a divisão. Bará voltou ao mercado para ver como estava a discussão. Ele disse: “onde está minha parte?”.
Elas deram a ele dez búzios e pediram para dividir os dez búzios delas de modo igual Bará deu três a Iemanjá, três a Oiá e tres a Oxum. O décimo búzio ele segurou. Colocou-o num buraco no chão e cobriu com terra. Bará disse que o búzio extra era para os antepassados, conforme o costume que se seguia no Orun. Toda vez que alguém recebe algo de bom, deve-se lembrar dos antepassados. Dá-se uma parte das colheitas, dos banquetes e dos sacrifícios aos orixás, aos antepassados. Assim também com o dinheiro. Este é o jeito como é feito no céu. Assim também na terra deve ser.


ESCOLHIDA

Iemanjá, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe dos Orixás. Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orunmilá com quem ela deveria casar. Orunmilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por Orunmilá para marido de Iemanjá. Os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orixás.


FUGITIVO
Estando Euá à beira do rio, com uma igba,cheia de roupas para lavar, avistou de longe um homem que vinha correndo em sua direção. Era Ifá que vinha esbaforido fugindo de iku .
Pediu seu auxílio, e Euá despejou toda roupa no chão, que se encontrava na igba, emborcou-o em cima de Ifá e sentou-se.
Daí a pouco chega a morte perguntando se não viu passar por ali um homem e dava a descrição. Euá respondeu que viu, mas que ele havia descido rio abaixo e a morte seguiu no seu encalço. Ao desaparecer, Ifá saiu debaixo da igba de Euá, são e salvo. Este, agradecido, deu a Euá o dom da vidência. Logo Euá pensou algo e Orunmilá deu-lhe imediatamente a resposta, antes que ela fizesse a pergunta:
-Sim, dentro em breve você terá um filho. E este foi o segundo grande presente que Orunmilá deu a Euá. Então, levou-a para casa, a fim de tornar-se sua mulher.


FILHO DA MAGIA

Orunmilá nasceu mudo e não disse uma só palavra até a adolescência, quando seu pai lhe bateu com um bastão. E neste dia ele disse:

- "Gbê-medji", palavra que ninguém compreendia.
Quando apanhou de novo, tempos depois, disse: "Yeku-medji". E assim, em diversas ocasiões, ele foi dizendo palavras, as 16 palavras que compõem o opelê-ifá.
Depois, disse a seu pai que se apanhasse mais poderia dizer muito mais que uma só palavra. O pai então bateu muito em Orunmilá, que disse então que ele não ficaria na terra, mas que entregaria a seu pai uma herança que serviria eternamente para todos os deuses de Oxalá. E explicou que os 16 nomes que havia dito eram os nomes de seus futuros filhos e que cada um deles tinha um conhecimento. Que se transformaria numa palmeira e que com os caroços de seus frutos (seus filhos) se faria o jogo de Ifá, que poderia ser consultado quando se quisesse saber o futuro ou como resolver problemas.

ILUSÃO

O sapo, o camaleão e outros bichos pequenos viviam apavorados, o tempo todo. Eram desprezados, chacinados e devorados por animais de maior porte que se divertiam com sua aparência inferior. Estava se tornando impossível a continuidade de suas espécies no aiê. Recorreram a Orunmilá, que aconselhou que falassem com Euá. Cientes do poder de Euá resolveram arriscar a sorte e foram falar com ela. Euá os acolheu resolvendo adota-los sob sua proteção direta. A partir daquele dia, eles seriam senhores da defesa da ilusão, com possibilidades de mudanças de cor e forma.


JUSTIÇA JUSTA

Xangô e seus homens lutavam com um inimigo implacável.
Os guerreiros de xangô, capturados pelo inimigo, eram mutilados e torturados até a morte, sem piedade ou compaixão. As atrocidades já não tinham mais limites.
O inimigo mandava entregar a xangô seus homens aos pedaços. Xangô estava desesperado e enfurecido. Xangô subiu no alto de uma pedreira perto do acampamento e dali consultou Orunmilá sobre o que fazer. Xangô pediu ajuda a Orunmilá. Xangô estava irado e começou a bater nas pedras com seu oxé, o machado duplo. O machado arrancava das pedras faíscas, que acendiam no ar famintas línguas de fogo, que devoravam os soldados inimigos. A guerra perdida se transformou em vitória. Xangô ganhou a guerra. Os chefes inimigos que haviam ordenado o massacre dos soldados de Xangô foram dizimados por um raio que Xangô disparou no auge de sua fúria. Mas os soldados inimigos que sobreviveram foram poupados por Xangô. A partir daí, o senso de justiça de Xangô foi admirado e cantado por todos.


MALDADE ANCESTRAL

Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun, Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais.

MEDO DE ALTURA

Nanã andava muito preocupada com Euá, solitária e silenciosa, que vivia isolada do convívio de todos. Euá muito linda, tão linda como as manhãs ensolaradas, e tinha inúmeros pretendentes, mas não queria contrair matrimônio com nenhum deles. Queria permanecer solteira e casta.
Sua vida se resumia na tarefa de fazer cair a noite, puxando o sol com o arpão, ela era o próprio horizonte, o exato lugar de encontro entre ôrun e o aiê. Nanã preocupada foi consultar um babalaô, pedindo ajuda a Orunmilá: que fosse feito algo que mudasse a cabeça de donzela tão teimosa.
Quando Euá soube da intenção de Nanã, chorou tanto, que Oxumarê, apiedou-se e levou-a para o céu, escondendo atrás do arco-íris, num local onde Nanã não tem acesso.

NASCIMENTO ORACULAR

Após permanecer na Terra por algum tempo, Orunmilá retornou ao orun, esticando uma longa corda pela qual ascendeu. Os seres humanos ficaram totalmente desorientados, o caos, a fome e a peste imperaram na Terra, já que ele era o porta-voz da vontade de Olodumare. O ciclo de fertilidade das plantas e animais foi interrompido, trazendo ameaça de extinção. O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos os 16 ikin, que se transformaram num importante instrumento de adivinhação denominado ikin. Daí se originou a outra denominação de Orunmilá : Agbonniregun ( agbon ti o ni regun - o côco nunca será esquecido). Entregou os ikin instruindo que sempre que desejassem as coisas boas e realizações positivas na vida, deveriam consultar os coquinhos. Daí nasceu o sistema oracular denominado Ifá, que auxilia o ser humano na resolução dos seus problemas cotidianos, nos conflitos e nas dúvidas existenciais, como mediador entre o humano e o divino.


O FILHO DE ORUNMILÁ

um dia Orunmilá foi procurar Oxalá em seu palácio. Orumilá e sua mulher queriam ter um filho. Chegando ao palácio de Oxalá, Orunmilá encontrou Bará Iangui sentado à esquerda da entrada principal. Já dentro do palácio, e diante do velho rei, Orumilá fez seu apelo, escutando de Oxalá uma resposta negativa. O velho rei afirmou-lhe que ainda não era tempo da chegada de um filho. Orunmilá, insatisfeito e ao mesmo tempo curioso, perguntou à Oxalá quem era aquele menino sentado à porta do palácio e pediu ao rei, se poderia levá-lo como filho. Oxalá garantiu-lhe que não era o filho ideal de se ter, ao que Orumilá insistiu tanto em seu pedido que obteve a graça de Oxalá. Tempos depois nasceu Bará, filho de Orunmilá. Para espanto dos pais, nasceu falando e comendo tudo que estava a sua volta, acabando por devorar a própria mãe. Bará aproximou-se de Orunmilá para também comê-lo, entretanto o adivinho tinha consigo uma espada e enfurecido partiu para matar o filho. Bará fugiu, sendo perseguido por Orunmilá, que a cada espaço do céu alcançava-o, cortando Orunmilá em duzentos e um pedaços.
A cada encontro, o ducentésimo primeiro pedaço transformava-se novamente em Bará. Assim terminaram por atingir o último espaço sagrado e, como não tinham mais saída, resolveram entrar num acordo. Bará devolveu tudo o que havia comido, inclusive sua mãe, e em troca seria sempre saudado primeiro em todos os rituais.

PÉSSIMA ESCOLHA

No começo dos tempos estava tudo em formação, lentamente os modos de vida na terra foram sendo organizados, mas havia muito a ser feito. Toda vez que Orunmilá vinha do orum para ver as coisas do aiê, era interrogado pelos orixás, humanos e animais, ainda não fora determinado qual o lugar para cada criatura e Orunmilá ocupou-se dessa tarefa. Bará propôs que todos os problemas fossem resolvidos ordenadamente, ele sugeriu a Orunmilá que a todo orixá, humano e criatura da floresta fosse apresentada uma questão simples para a qual eles deveriam dar resposta direta, a natureza da resposta individual de cada um determinaria seu destino e seu modo de viver, Orunmilá aceitou a sugestão de Bará, e assim, de acordo com as respostas que as criaturas davam, elas recebiam um modo de vida de Orunmilá, uma missão.
Enquanto isso acontecia, Bará, travesso que era, pensava em como poderia confundir Orunmilá.
Orunmilá perguntou a um homem: -escolhes viver dentro ou fora?

- dentro, o homem respondeu, e Orunmilá decretou que doravante todos os humanos viveriam em casas.
de repente, Orunmilá se dirigiu a Bará: "e tu, exu? dentro ou fora?" Bará levou um susto ao ser chamado repentinamente, ocupado que estava em pensar sobre como passar a perna em Orunmilá e rápido respondeu: "Fora! fora, é claro", mas logo se corrigiu: "não, pelo contrário, dentro", Orunmilá entendeu que Bará estava querendo criar confusão, falou pois que agiria conforme a primeira resposta dele, disse: "doravante vais viver fora e não dentro de casa" e assim tem sido desde então, Bará vive a céu aberto, na passagem, ou na trilha, ou nos campos, diferentemente das imagens dos outros orixás, que são mantidas dentro das casas e dos templos, toda vez que os humanos fazem uma imagem de Bará ela é mantida fora.

SEGREDOS DA NOITE

Orunmilá que tinha os segredos da noite precisava ser detido com seus feitiços desenfreados. Era um dos homens mais bonitos e encantadores, tinha todas as mulheres, mas não queria nenhuma e não amava nenhuma. Oxalá queria tirar a maldade e os segredos de Orunmilá, mas só havia um jeito de conseguir tal feito pedindo a mulher mais bonita que o encantasse e tirasse todos os segredos dele. Então o povo orixá duvidou e Oxalá chamou Iemanjá, que não tinha filhos e família e nem um amor para seduzi-lo e conhecer os seus segredos. Então Oxalá fez com ela um trato no qual ela só teria essas intenções e que depois voltaria para reinar ao lado dele novamente. Iemanjá foi e com o tempo eles se apaixonaram. Iemanjá e Orunmilá já não conseguiam viver longe um do outro... ela conseguiu tirar todos os segredos e feitiços dele e eles tiveram muitos filhos Orixás.

SONHOS

Obatalá criou o homem e todos os seres viventes que existe no aiê.O homem foi dotado de capacidade de pensar, e não tinha um momento no qual parasse de pensar, dia e noite.
O homem definhava, não queria alimentar-se, a comida era a mesma, nem queria procriar. A espécie estava ameaçada.
Preocupado, Oxalá foi consultar Orunmilá, que aconselhou a procurar Euá. Uma vez consultada sobre o assunto, Euá começou a trabalhar, tratando de separar o dia da noite, o claro do escuro, o quente do frio, o sol da lua, o aiê do orum, animais dos homens. Utilizando como ferramenta a magia, o sonho, a ilusão, o faz-de-conta e o mistério. Fez o homem conhecer o medo e a dor. Transformou-se na galinha de cinco dedos. Euá aplainou o aiê, deixando o mundo uma belezura. O homem continuava a pensar sem parar, só que desta vez pensava assustado, deixando Oxalá mais preocupado. Então Euá criou o sono, o descanso, a trégua, o período no qual o homem saí do mundo real para o mundo imaginário, o mundo da fantasia, onde tudo acontece conduzido pelos sonhos. E o homem voou, amparado pelos sonhos. E o homem gostou de voar, Euá então criou os sonhos coloridos e os terríveis pesadelos... E o homem dormiu. E o homem sonhou. O homem não era e não seria mais o mesmo. Orunmilá e seus seguidores chegaram as portas de uma cidade ,murada .Quando estava se fechando .
Era cidade criada por Inlé para abrigar os Adodis e Alacuatás. Foram até o palácio do rei, onde mulheres soldado acendiam tochas. Foram conduzidos até os aposentos onde estava Obatalá, muito doente cercado de seus filhos. Orunmilá pediu que todos saíssem e examinou Obatalá. Orunmilá salvou Obatalá obtendo as graças do Inlé que era rei. Orunmilá. Permaneceu por muitos dias no reino, maravilhado com a organização. Orunmilá ensinou parte dos segredos que conhecia de medicina a Inlé. No último dia Inlé ofereceu grande banquete e Orunmilá agradecido abençoou os adodis e alacuatás. 

HISTORIA DE XANGÔ E YANSÃ

HISTORIA DE XANGÔ E YANSÃ Vamos conhecer agora a história de Xangô, um orixá bastante sedutor, que havia sido disputado por três mulh...