A FILA ANDA
Euá era linda e desejada por todos e já tinha idade suficiente para contrair matrimônio , sem que ela decidisse por nenhum dos pretendentes.E a fila estava cada vez maior.
Euá não se decidira por nenhum deles. Secretamente jurara nunca se casar e a qualquer custo manteria a promessa.
Os pretendentes começaram a se digladiar. Por todo o lado se via sangue e desolação dos pais e mães dos pretendentes mortos e o reino perdia o encanto. Euá, desesperada, foi ao encontro de Orunmilá, pedindo-lhe ajuda.Orunmilá Determinou que ela fizesse determinado ebó. Euá transformou-se em neblina e se espalhou por todo o aiê.
Os pretendentes começaram a se digladiar. Por todo o lado se via sangue e desolação dos pais e mães dos pretendentes mortos e o reino perdia o encanto. Euá, desesperada, foi ao encontro de Orunmilá, pedindo-lhe ajuda.Orunmilá Determinou que ela fizesse determinado ebó. Euá transformou-se em neblina e se espalhou por todo o aiê.
ABUSO
Orixalá sofre frequentemente abusos de sua nora Iansã e de sua própria mulher Iemanjá, que o enganou com um orixá de idade superior Orunmilá, e teve uma filha a Oxum. Esta filha de criação se tornou a favorita e a protegida do pai dos orixás, cozinhando e lavando para ele.
ALTERNATIVA
Nanã Buruku é a divindade das águas, a mais antiga de todas, muito velha e arredia, dona das águas paradas, das lagoas e dos pântanos.
Certa feita, numa reunião com todos os Imalés, falou-se muito sobre Obatalá, aquele que criou os homens, sobre Orunmilá, o dono do destino dos seres humanos.
Sobre Bará disseram que era um importante mensageiro, e sobre Ogun, que era o mais importante de todos, que era o dono do ferro e dos metais e que sem as ferramentas que ele fazia era impossível plantar, colher, construir ou fazer a guerra. Todos o reverenciaram, menos Nanã Buruku.
Ela se dispôs a provar que não precisava dos metais.
Com as madeiras mais duras da floresta fez cavadeiras para semear e cavar; para caçar, fez flechas de caniço e osso; para cozinhar, panelas de barro; para guerrear, lanças e clavas, facas de bambu e escudos de couro de rinoceronte.
É por isso que não se usam objetos de metal para matar os animais oferecidos a Nanã Buruku.
AMOR E ÓDIO
Xangô seduz Oxum, raptando-a do palácio de seu pai.
Outras lendas dizem que Xangô tomo-a de Ogum, mas que eles mantiveram uma relação esporádica como amantes.
Iansã foi mulher de Ogum, mas foi embora com Xangô.
Oxum seduziu Iansã, mas logo abandonou-a e temos finalmente a versão de uma relação entre Ogum e Odé, que apesar disto continuaram suas vidas solitárias na floresta.
Iemanjá casou com Orixalá, mas o traiu com Orunmilá.
Xangô casou com Iansã, embora ele detestasse Egum e ela detestava carneiro.
CAMALEÃO
Oduduá vivia insatisfeita com a forma horrível do Aiê.
Tamanha feiúra, irritava-a muito e desencadeava sua cólera. Orunmilá aconselhou-a a deixar o assunto nas mãos artísticas de Euá. Não era tarefa fácil de fazer. Euá começou a pensar como poderia desempenhar as ordens da mãe, mulher sem muita paciência, poderosa e irascível, que não gostava de ser contrariada. Foi ter com Orunmilá, o qual aconselhou-a assumir a forma do camaleão.
Assim, poderia dar conta da tarefa. Dito e feito. Ela se transformou no camaleão e, como tal, aplainou ao máximo a superfície da terra, deixando-a linda, linda e uniforme para o deleite de Oduduá, que ficou encantada e confirmou a filha no papel da Senhora do mimetismo.
CIDADE ESTRANHA
Oxum conheceu o príncipe Odé, cuja a delicadeza e a finura a cativaram, acabaram se casando. O casamento foi muito festejado, mas assim que começaram a vida íntima, Oxum começou a compreender mais profundamente os pensamentos do esposo. Ele queria construir uma cidade destinada a abrigar odadis e alakuatás. Já erguida a cidade, nasceu logum, uma criança hemafrodita. Horrorizada Oxum abandonou a cidade dos odadis. O jovem ficou ali e foi o primeiro a ajudar Orunmilá. Enquanto isso Oxum faz uma viagem em busca de Iemanjá, irmã de sua mãe. Oxum ofereceu-se a sua irmã e aos sacerdotes Iorubás a ir buscar Ogum que estava recluso na mata desde a que perdera a disputa com Xangô por causa da Oiá. Retornando ao palácio de Iemanjá, depois da festa de boas vindas a Ogum, Oxum conheceu Obaluaiê, homem já de certa idade, mas de aspecto majestoso e viril. Oxum e Obaluaiê casaram-se e partiram para a terra de jejes onde Obaluaiê era rei.
O COMEÇO DE TUDO
Obatalá havia reunido todos os materiais necessários à criação do mundo e que mandou a Estrela da Manhã convocar todos os orixás a fim de começar o trabalho com sua ajuda. Mas na hora marcada, apenas Orunmilá apareceu. Obatalá gostou muito da atitude de Orunmilá e o recompensou, ordenando à Estrela da Manhã que revelasse a Orunmilá todos os segredos da criação e do porvir.
E ela entregou a Orunmilá todos os segredos e materiais que compõem a vida humana, e que estavam escondidos há muito tempo dentro de uma concha de caramujo guardada num vaso que ficava entre as pernas de Obatalá. Orunmilá tornou-se, desde este dia, o dono dos segredos, das magias, das fórmulas dos ebós, dos rituais, de tudo quanto envolvia o conhecimento da alma humana e de seu destino.Ele conhece a vontade dos orixás e sabe com que matéria foi feito cada homem.
CONFLITO
Um dia, foram juntas ao mercado Oiá e Oxum, esposas de Xangô, e Iemanjá, esposa de Ogum. Bará entrou no mercado conduzindo uma cabra. Ele viu que tudo estava em paz e decidiu plantar uma discórdia. Aproximou-se de Iemanjá, Oya e Oxum e disse que tinha um compromisso importante com Orunmilá. Ele deixaria a cidade e pediu a elas que vendessem sua cabra por vinte búzios. Propôs que ficassem com a metade do lucro obtido. Iemanjá, Oiá e Oxum concordaram e Bará partiu. A cabra foi vendida por vinte búzios. Iemanjá, Oiá e Oxum puseram os dez búzios de Bará a parte e começaram a dividir os dez búzios que lhe cabiam. Iemanjá contou os búzios. Haviam três búzios para cada uma delas, mas sobraria um. Não era possível dividir os dez em três partes iguais. Da mesma forma Oiá e Oxum tentaram e não conseguiram dividir os búzios por igual.
Aí as três começaram a discutir sobre quem ficaria com a maior parte. Iemanjá disse: “é costume que os mais velhos fiquem com a maior porção. Portanto, eu pegarei um búzio a mais”. Oxum rejeitou a proposta de Iemanjá, afirmando que o costume era que os mais novos ficassem com a maior porção, que por isso lhe cabia. Oyá intercedeu, dizendo que, em caso de contenda semelhante, a maior parte caberia à do meio. As três não conseguiam resolver a discussão. Então elas chamaram um homem do mercado para dividir os búzios de maneira igual entre elas. Ele pegou os búzios e colocou em três montes iguais e sugeriu que o décimo búzio fosse dado a mais velha. Mas Oiá e Oxum, que eram a segunda mais velha e a mais nova, rejeitaram o conselho.
Elas se recusaram a dar a Iemanjá a maior parte. Pediram a outra pessoa que dividisse os búzios. Ele os contou, mas não pôde dividi-los por igual. Propôs que a parte maior fosse dado à mais nova. Iemanjá e Oiá. Ainda um outro homem foi solicitado a fazer a divisão. Ele contou os búzios, fez três montes de três e pôs o búzio a mais de lado, ele afirmou que, neste caso, o búzio extra deveria ser dado àquela que não é nem a mais velha, nem a mais nova, o búzio devia ser dado a Oiá. Mas Iemanjá e Oxum rejeitaram seu conselho, elas se recusaram a dar o búzio extra a Oiá. Não havia meio de resolver a divisão. Bará voltou ao mercado para ver como estava a discussão. Ele disse: “onde está minha parte?”.
Elas deram a ele dez búzios e pediram para dividir os dez búzios delas de modo igual Bará deu três a Iemanjá, três a Oiá e tres a Oxum. O décimo búzio ele segurou. Colocou-o num buraco no chão e cobriu com terra. Bará disse que o búzio extra era para os antepassados, conforme o costume que se seguia no Orun. Toda vez que alguém recebe algo de bom, deve-se lembrar dos antepassados. Dá-se uma parte das colheitas, dos banquetes e dos sacrifícios aos orixás, aos antepassados. Assim também com o dinheiro. Este é o jeito como é feito no céu. Assim também na terra deve ser.
ESCOLHIDA
Iemanjá, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe dos Orixás. Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orunmilá com quem ela deveria casar. Orunmilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por Orunmilá para marido de Iemanjá. Os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orixás.
FUGITIVO
Estando Euá à beira do rio, com uma igba,cheia de roupas para lavar, avistou de longe um homem que vinha correndo em sua direção. Era Ifá que vinha esbaforido fugindo de iku .
Pediu seu auxílio, e Euá despejou toda roupa no chão, que se encontrava na igba, emborcou-o em cima de Ifá e sentou-se.
Daí a pouco chega a morte perguntando se não viu passar por ali um homem e dava a descrição. Euá respondeu que viu, mas que ele havia descido rio abaixo e a morte seguiu no seu encalço. Ao desaparecer, Ifá saiu debaixo da igba de Euá, são e salvo. Este, agradecido, deu a Euá o dom da vidência. Logo Euá pensou algo e Orunmilá deu-lhe imediatamente a resposta, antes que ela fizesse a pergunta:
-Sim, dentro em breve você terá um filho. E este foi o segundo grande presente que Orunmilá deu a Euá. Então, levou-a para casa, a fim de tornar-se sua mulher.
FILHO DA MAGIA
Orunmilá nasceu mudo e não disse uma só palavra até a adolescência, quando seu pai lhe bateu com um bastão. E neste dia ele disse:
- "Gbê-medji", palavra que ninguém compreendia.
Quando apanhou de novo, tempos depois, disse: "Yeku-medji". E assim, em diversas ocasiões, ele foi dizendo palavras, as 16 palavras que compõem o opelê-ifá.
Depois, disse a seu pai que se apanhasse mais poderia dizer muito mais que uma só palavra. O pai então bateu muito em Orunmilá, que disse então que ele não ficaria na terra, mas que entregaria a seu pai uma herança que serviria eternamente para todos os deuses de Oxalá. E explicou que os 16 nomes que havia dito eram os nomes de seus futuros filhos e que cada um deles tinha um conhecimento. Que se transformaria numa palmeira e que com os caroços de seus frutos (seus filhos) se faria o jogo de Ifá, que poderia ser consultado quando se quisesse saber o futuro ou como resolver problemas.
ILUSÃO
O sapo, o camaleão e outros bichos pequenos viviam apavorados, o tempo todo. Eram desprezados, chacinados e devorados por animais de maior porte que se divertiam com sua aparência inferior. Estava se tornando impossível a continuidade de suas espécies no aiê. Recorreram a Orunmilá, que aconselhou que falassem com Euá. Cientes do poder de Euá resolveram arriscar a sorte e foram falar com ela. Euá os acolheu resolvendo adota-los sob sua proteção direta. A partir daquele dia, eles seriam senhores da defesa da ilusão, com possibilidades de mudanças de cor e forma.
JUSTIÇA JUSTA
Xangô e seus homens lutavam com um inimigo implacável.
Os guerreiros de xangô, capturados pelo inimigo, eram mutilados e torturados até a morte, sem piedade ou compaixão. As atrocidades já não tinham mais limites.
O inimigo mandava entregar a xangô seus homens aos pedaços. Xangô estava desesperado e enfurecido. Xangô subiu no alto de uma pedreira perto do acampamento e dali consultou Orunmilá sobre o que fazer. Xangô pediu ajuda a Orunmilá. Xangô estava irado e começou a bater nas pedras com seu oxé, o machado duplo. O machado arrancava das pedras faíscas, que acendiam no ar famintas línguas de fogo, que devoravam os soldados inimigos. A guerra perdida se transformou em vitória. Xangô ganhou a guerra. Os chefes inimigos que haviam ordenado o massacre dos soldados de Xangô foram dizimados por um raio que Xangô disparou no auge de sua fúria. Mas os soldados inimigos que sobreviveram foram poupados por Xangô. A partir daí, o senso de justiça de Xangô foi admirado e cantado por todos.
MALDADE ANCESTRAL
Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun, Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais.
MEDO DE ALTURA
Nanã andava muito preocupada com Euá, solitária e silenciosa, que vivia isolada do convívio de todos. Euá muito linda, tão linda como as manhãs ensolaradas, e tinha inúmeros pretendentes, mas não queria contrair matrimônio com nenhum deles. Queria permanecer solteira e casta.
Sua vida se resumia na tarefa de fazer cair a noite, puxando o sol com o arpão, ela era o próprio horizonte, o exato lugar de encontro entre ôrun e o aiê. Nanã preocupada foi consultar um babalaô, pedindo ajuda a Orunmilá: que fosse feito algo que mudasse a cabeça de donzela tão teimosa.
Quando Euá soube da intenção de Nanã, chorou tanto, que Oxumarê, apiedou-se e levou-a para o céu, escondendo atrás do arco-íris, num local onde Nanã não tem acesso.
NASCIMENTO ORACULAR
Após permanecer na Terra por algum tempo, Orunmilá retornou ao orun, esticando uma longa corda pela qual ascendeu. Os seres humanos ficaram totalmente desorientados, o caos, a fome e a peste imperaram na Terra, já que ele era o porta-voz da vontade de Olodumare. O ciclo de fertilidade das plantas e animais foi interrompido, trazendo ameaça de extinção. O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos os 16 ikin, que se transformaram num importante instrumento de adivinhação denominado ikin. Daí se originou a outra denominação de Orunmilá : Agbonniregun ( agbon ti o ni regun - o côco nunca será esquecido). Entregou os ikin instruindo que sempre que desejassem as coisas boas e realizações positivas na vida, deveriam consultar os coquinhos. Daí nasceu o sistema oracular denominado Ifá, que auxilia o ser humano na resolução dos seus problemas cotidianos, nos conflitos e nas dúvidas existenciais, como mediador entre o humano e o divino.
O FILHO DE ORUNMILÁ
um dia Orunmilá foi procurar Oxalá em seu palácio. Orumilá e sua mulher queriam ter um filho. Chegando ao palácio de Oxalá, Orunmilá encontrou Bará Iangui sentado à esquerda da entrada principal. Já dentro do palácio, e diante do velho rei, Orumilá fez seu apelo, escutando de Oxalá uma resposta negativa. O velho rei afirmou-lhe que ainda não era tempo da chegada de um filho. Orunmilá, insatisfeito e ao mesmo tempo curioso, perguntou à Oxalá quem era aquele menino sentado à porta do palácio e pediu ao rei, se poderia levá-lo como filho. Oxalá garantiu-lhe que não era o filho ideal de se ter, ao que Orumilá insistiu tanto em seu pedido que obteve a graça de Oxalá. Tempos depois nasceu Bará, filho de Orunmilá. Para espanto dos pais, nasceu falando e comendo tudo que estava a sua volta, acabando por devorar a própria mãe. Bará aproximou-se de Orunmilá para também comê-lo, entretanto o adivinho tinha consigo uma espada e enfurecido partiu para matar o filho. Bará fugiu, sendo perseguido por Orunmilá, que a cada espaço do céu alcançava-o, cortando Orunmilá em duzentos e um pedaços.
A cada encontro, o ducentésimo primeiro pedaço transformava-se novamente em Bará. Assim terminaram por atingir o último espaço sagrado e, como não tinham mais saída, resolveram entrar num acordo. Bará devolveu tudo o que havia comido, inclusive sua mãe, e em troca seria sempre saudado primeiro em todos os rituais.
PÉSSIMA ESCOLHA
No começo dos tempos estava tudo em formação, lentamente os modos de vida na terra foram sendo organizados, mas havia muito a ser feito. Toda vez que Orunmilá vinha do orum para ver as coisas do aiê, era interrogado pelos orixás, humanos e animais, ainda não fora determinado qual o lugar para cada criatura e Orunmilá ocupou-se dessa tarefa. Bará propôs que todos os problemas fossem resolvidos ordenadamente, ele sugeriu a Orunmilá que a todo orixá, humano e criatura da floresta fosse apresentada uma questão simples para a qual eles deveriam dar resposta direta, a natureza da resposta individual de cada um determinaria seu destino e seu modo de viver, Orunmilá aceitou a sugestão de Bará, e assim, de acordo com as respostas que as criaturas davam, elas recebiam um modo de vida de Orunmilá, uma missão.
Enquanto isso acontecia, Bará, travesso que era, pensava em como poderia confundir Orunmilá.
Orunmilá perguntou a um homem: -escolhes viver dentro ou fora?
- dentro, o homem respondeu, e Orunmilá decretou que doravante todos os humanos viveriam em casas.
de repente, Orunmilá se dirigiu a Bará: "e tu, exu? dentro ou fora?" Bará levou um susto ao ser chamado repentinamente, ocupado que estava em pensar sobre como passar a perna em Orunmilá e rápido respondeu: "Fora! fora, é claro", mas logo se corrigiu: "não, pelo contrário, dentro", Orunmilá entendeu que Bará estava querendo criar confusão, falou pois que agiria conforme a primeira resposta dele, disse: "doravante vais viver fora e não dentro de casa" e assim tem sido desde então, Bará vive a céu aberto, na passagem, ou na trilha, ou nos campos, diferentemente das imagens dos outros orixás, que são mantidas dentro das casas e dos templos, toda vez que os humanos fazem uma imagem de Bará ela é mantida fora.
SEGREDOS DA NOITE
Orunmilá que tinha os segredos da noite precisava ser detido com seus feitiços desenfreados. Era um dos homens mais bonitos e encantadores, tinha todas as mulheres, mas não queria nenhuma e não amava nenhuma. Oxalá queria tirar a maldade e os segredos de Orunmilá, mas só havia um jeito de conseguir tal feito pedindo a mulher mais bonita que o encantasse e tirasse todos os segredos dele. Então o povo orixá duvidou e Oxalá chamou Iemanjá, que não tinha filhos e família e nem um amor para seduzi-lo e conhecer os seus segredos. Então Oxalá fez com ela um trato no qual ela só teria essas intenções e que depois voltaria para reinar ao lado dele novamente. Iemanjá foi e com o tempo eles se apaixonaram. Iemanjá e Orunmilá já não conseguiam viver longe um do outro... ela conseguiu tirar todos os segredos e feitiços dele e eles tiveram muitos filhos Orixás.
SONHOS
Obatalá criou o homem e todos os seres viventes que existe no aiê.O homem foi dotado de capacidade de pensar, e não tinha um momento no qual parasse de pensar, dia e noite.
O homem definhava, não queria alimentar-se, a comida era a mesma, nem queria procriar. A espécie estava ameaçada.
Preocupado, Oxalá foi consultar Orunmilá, que aconselhou a procurar Euá. Uma vez consultada sobre o assunto, Euá começou a trabalhar, tratando de separar o dia da noite, o claro do escuro, o quente do frio, o sol da lua, o aiê do orum, animais dos homens. Utilizando como ferramenta a magia, o sonho, a ilusão, o faz-de-conta e o mistério. Fez o homem conhecer o medo e a dor. Transformou-se na galinha de cinco dedos. Euá aplainou o aiê, deixando o mundo uma belezura. O homem continuava a pensar sem parar, só que desta vez pensava assustado, deixando Oxalá mais preocupado. Então Euá criou o sono, o descanso, a trégua, o período no qual o homem saí do mundo real para o mundo imaginário, o mundo da fantasia, onde tudo acontece conduzido pelos sonhos. E o homem voou, amparado pelos sonhos. E o homem gostou de voar, Euá então criou os sonhos coloridos e os terríveis pesadelos... E o homem dormiu. E o homem sonhou. O homem não era e não seria mais o mesmo. Orunmilá e seus seguidores chegaram as portas de uma cidade ,murada .Quando estava se fechando .
Era cidade criada por Inlé para abrigar os Adodis e Alacuatás. Foram até o palácio do rei, onde mulheres soldado acendiam tochas. Foram conduzidos até os aposentos onde estava Obatalá, muito doente cercado de seus filhos. Orunmilá pediu que todos saíssem e examinou Obatalá. Orunmilá salvou Obatalá obtendo as graças do Inlé que era rei. Orunmilá. Permaneceu por muitos dias no reino, maravilhado com a organização. Orunmilá ensinou parte dos segredos que conhecia de medicina a Inlé. No último dia Inlé ofereceu grande banquete e Orunmilá agradecido abençoou os adodis e alacuatás.
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