Logunedé, Orixá masculino, da pesca e da
caça, considerado um dos mais belos e não poderia ser por menos, ele é filho
de Oxóssi e Oxum.
Ele herdou o jeito meigo e a graça de Oxum e a felicidade e o espírito caçador
de Oxóssi, portanto Logun edé apresenta em suas características
expressões femininas e masculinas, o que o faz aparecer em algumas representações
da Umbanda e Candomblé como uma figura jovem.
Ele divide sua vida em dois períodos no ano, durante 6
meses ele acompanha o seu pai nas matas, o que o garantiu grande habilidade com
a caça, sendo muito ágil e carregando também o axé da prosperidade, nos outros
6 meses ele convive com sua mãe nos rios, onde desenvolveu técnicas de grande
pescador e absorveu as características belas e delicadas de Oxum. Seu
temperamento devido ao axé dos seus pais é bem contraditório, pois em um
momento ele se apresenta terno, amável e benevolente e em outro instante ele prefere
a solidão e assume uma posição séria que lembra Oxóssi.
Tanto na Umbanda quanto no Candomblé,
Logunedé é um exímio caçador, seja em terra ou águas ele sabe usar a paciência
e sabedoria para alcançar o que deseja e a sua beleza encanta e arranca suspiros
e prende olhares.
História de Logunedé
A história dos Orixás se cruzam em sua
maioria com a vida de Logunedé, pois ele foi filho de vários pais e de várias
mães.
O nascimento de Logunedé
Mesmo se amando, Oxóssi e Oxum não viveram juntos, pois
seus costumes, gostos e interesses eram muito diferentes, ao saber que sua
amada estava grávida, Oxóssi disse à ela: “Oxum, pelo amor que tenho por ti,
gostaria de ficar com o menino e criá-lo da melhor forma possível, o ensinarei
a ser um grande caçador e guerreiro e ele aprenderá sobre todos os segredos das
matas.” Impossibilitada de se separar do filho que tanto amava, Oxum respondeu:
“O menino ficará 6 meses com o pai e 6 meses com a mãe, comerá de caça e de
peixe. Ele será Oxum e Oxóssi, sem deixar de ser ele mesmo Logunedé: o príncipe
da floresta e exímio caçador”.
Recebeu de presente de sua mãe um espelho, o abebé, no qual
ele se admira e de seu pai ganhou ofá, arco e flecha para aprender os dons da
caça. Esses objetos o mantém sempre próximo aos seus pais, já que a silenciosa
floresta nunca pode seguir o esperançoso e vivaz fluxo de um rio.
Separado da mãe
Logunedé era uma criança muito ativa e por isso Oxum vivia
a adverti-lo para não ir onde as águas eram profundas e turbulentas (pois Obá habitava
essas águas e em seu ódio por Oxum com certeza faria algo a criança). Mas, por
ser muito curioso um dia, na distração de sua mãe, a desobedeceu, Obá notando a
presença do garoto em suas águas, despertou a fúria do rio para afogá-lo.
Desesperada, e sem saber o que fazer pois a criança estava fora de seus
domínios, Oxum suplicou a Olorum o seu auxílio, que salvou a criança mas a
entregou para Iansã cuidar, pois não achava seguro ele ficar em uma área de
confronto entre Oxum e Obá.
Nesta época, Iansã era
esposa de Ogum e
os dois criaram Logunedé como seu filho. Sem saber do que havia acontecido com
a criança, Oxum o considerou morto. Enquanto ele crescia, suas visitas a Oxóssi
continuavam, mas devido a frieza do Orixá, ele nunca o falou sobre a sua mãe e,
quanto mais perto da adolescência Logunedé chegava, mas a imagem de Oxum se
perdia em sua memória.
Um belo dia a se lembrar de um rio vagamente, Logunedé
decide procurá-lo, chegando próximo as suas águas ele avistou uma linda mulher,
tão bela que ele não conseguia parar de olhá-la e a sua visão aquecia o seu
peito de uma forma inexplicável, decidiu então, ficar escondido atrás de uma
moita a espiando. Oxum logo sentiu que estava sendo observada e repentinamente
saltou sobre a moita, para a sua surpresa, ao ver o jovem rapaz ela logo
reconheceu que era o seu filho perdido. A emoção foi tamanha que ela não
conseguiu conter, assim o falou tudo que havia acontecido e os dois passaram o
dia brincando e conversando a beira do rio. O problema era que nessa época Oxum
já havia se casado com Xangô,
e ele não admitia que nenhum homem chegasse perto de suas iabás, por isso
Logunedé nunca mais pode morar com sua mãe, pois deveria manter distância do
castelo de Xangô e então passou a encontrá-la escondido nas águas do rio.
Mais tarde Logunedé também perdeu sua mãe de criação Iansã,
que abandonou Ogum para se entregar a sua paixão por Xangô.
Qualidades de Logunedé
Logunedé é metá, não possui qualidades, ele é único e
transforma-se no que quiser, pois ele concentra em si 3 energias
diferentes :a dele mesmo, de Oxum e Oxóssi.
Oferenda para Logunedé
Primeiramente, as quizilas (ewó) de Logunedé são: mel,
manga espada, galo, cabrito e bode.
IMPORTANTE: toda oferenda
deve ser orientada por alguém
responsável do Candomblé ou Umbanda, cada
Orixá possui suas peculiaridades que devem ser respeitadas e guiadas por quem
os conhecem após anos de prática na religião.
Dia de Logunedé
O dia de Logunedé é a quinta-feira e a sua data de
comemoração é 19 de abril, dia de Santo Expedito.
Cores de Logunedé
Suas cores são o amarelo ouro e o azul turquesa.
Características das Filhas e Filhos de Logunedé
Os Orixás de cabeça determinam suas
principais características e, os filhos de Logunedé possuem uma essência
peculiar, eles são pessoas muito indecisas, nunca sabem o que realmente querem
e até mesmo suas emoções e formas de agir são um pouco indefinidas.
Isso se deve ao fato de que as características de Oxum e
Oxóssi estão presentes nestas pessoas, mas de maneira superficial, ou seja,
filhos de Logunedé são sensuais, carismáticos, elegantes, belos como Oxum e
objetivos e seguros como Oxóssi, mas tudo isso é de forma menos incisiva
como o dos próprios filhos desses Orixás. Essa mistura os tornam pessoas
soberbas e arrogantes, eles possuem olhar de felino, aquele que prende pela
beleza mas ao mesmo tempo intimida, gostam de mandar e não são nem um pouco
modestos. Por serem naturalmente belos, eles sustentam tudo com a confiança em
sua aparência. Mas, se eles se tornarem pessoas conscientes de seus defeitos e
de seus pontos fortes se tornarão extremamente agradáveis e nascidas para o
sucesso.
Sincretismo de Logunedé
Logunedé possui sincretismo com o Santo
Expedido, sua associação se deve ao fato de que não se sabe direito sobre
como foi a morte de Expedito, e se ele realmente morreu na época que estimam.
Pelo fato do mistério em suas histórias, ambos foram sincretizados.
Oração ao Orixá Logunedé
“Menino deus, Logunedé, senhor das
brincadeiras e das alegrias constantes
Menino deus das bênçãos da vida e da terra
cintilante
Menino deus do abebé e do ifá que sua
atenção caia sobre mim
Menino deus do ouro das pedras de
arco-íris
Menino deus do arco e da flecha que aponta
o destino
Menino deus da prosperidade
Menino rei da bondade
Menino deus guarda os meus passos
Menino deus me acolha em seus braços
Menino deus, senhor do mundo, senhor
da esperança, guie os meus passos, sob seu manto amarelo e verde.
Saravá Logunedé!”
Saudação
a Logunedé
Sua
saudação é: Logun ô akofá! ou Loci Loci Logun
Significado: Brada,
Principe Guerreiro.
Os Orixás
da Umbanda e do Candomblé são influenciadores de nossas
características básicas e também nos guiam e protegem em nosso caminho. Por
isso se você procura por sucesso em seus sonhos, Logunedé pode ser um dos
Orixás a te ajudar a encontrar o caminho da prosperidade.